O Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal (PT-DF), legenda com o maior número de filiados na capital do país — cerca de 32 mil —, se prepara para uma eleição interna decisiva. No próximo dia 6 de julho, os filiados vão às urnas para escolher os novos dirigentes nacionais, estaduais e locais, que terão mandato até 2029.

Em entrevista ao Jornal Opção Entorno, o atual presidente do PT-DF, Jacy Afonso, destacou que o processo ocorre por votação direta dos filiados. No Distrito Federal, seis nomes estão na disputa pela presidência regional: Guilherme Sigmaringa, Rejane Pitanga, Saulo Dias, Mariana Rosa, Hélio Barreto e Antônio Sabino.

Segundo Jacy, algumas chapas se unificaram em torno de determinados candidatos — caso de Guilherme Sigmaringa, que conta com o apoio dos quatro deputados do partido (a deputada federal Érika Kokay e os deputados distritais Gabriel Magno, Ricardo Vale e Chico Vigilante, além do ex-deputado Geraldo Magela) da maioria da direção atual e de presidentes de diretórios zonais. Questionado sobre o possível favoritismo de Sigmaringa, o dirigente contemporizou: “Se isso significa favoritismo, aí é uma interpretação sua. Estou te dando os dados”, afirmou. Ele também citou um ditado mineiro para resumir o clima da disputa: “Eleição e mineração, só depois da apuração.”

Os novos dirigentes terão como principal desafio as eleições de 2026. Para Jacy, esse pleito será determinante: “Será muito importante tanto no DF quanto no Brasil, principalmente por envolver a reeleição do presidente Lula.”

Jacy Afonso defendeu que o próximo presidente do PT-DF deve ter características específicas:
“Primeiro, muita humildade. No PT é preciso ter paciência, perseverança e buscar sempre a unidade interna.” Ele ressaltou ainda o valor da base militante. “O PT tem um patrimônio extraordinário, que é sua militância aguerrida. Mas isso exige dos dirigentes uma grande capacidade de diálogo.”

Balanço da gestão

Presidente da legenda desde 2021, Jacy fez um balanço do mandato e lembrou que enfrentou momentos difíceis, sobretudo no início, com os impactos da pandemia de Covid-19. Também destacou a mobilização do partido pela libertação do presidente Lula, que, segundo ele, foi preso de forma “arbitrária e injusta.”

Outro ponto lembrado foi a participação do PT-DF na federação partidária que apoiou Leandro Grass ao governo do DF em 2022, mesmo ele não sendo filiado à legenda.
“Foi uma experiência interessante”, avaliou. Ele também elogiou a atuação de Rosilene Corrêa na mesma eleição: “Mesmo sem vitória, teve um desempenho espetacular.”

Planos políticos

Perguntado sobre os rumos do partido, Jacy foi enfático: A prioridade do PT é reeleger Lula, derrotar Ibaneis no DF e eleger Érika Kokay como senadora.”

Quanto à possibilidade de lançar um nome próprio ao governo do Distrito Federal, ele ponderou que a decisão será tomada após a eleição da nova direção: “O PT não vence sozinho. Precisamos discutir a estratégia com os partidos aliados.”

A eleição interna promete movimentar a militância e definir os rumos da legenda no DF para os próximos anos.

Conheça os candidatos à presidência do PT-DF

  • Antônio Sabino de Vasconcelos Neto – Ex-administrador de Taguatinga.
  • Guilherme de Carvalho Sigmaringa Seixas – Profissional de relações governamentais, filho do ex-deputado federal Luiz Carlos Sigmaringa Seixas.
  • Hélio Barreto de Carvalho – Bacharel em História da Arte pela UnB, ex-coordenador geral do DCE/UnB e professor da rede pública.
  • Mariana Rosa Moreira dos Santos – Administradora e estudante de Direito, foi candidata a 1ª suplente de Rosilene Corrêa ao Senado em 2022.
  • Rejane Guimarães Pitanga – Professora aposentada, ex-dirigente do Sinpro-DF, ex-presidente da CUT-DF e ex-deputada distrital.
  • Saulo Antônio Dias dos Santos – Secretário nacional de Meio Ambiente do PT, formado em Gestão e especialista em Economia Pública.