A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) anunciou o cancelamento da destinação de uma emenda parlamentar de R$ 1,5 milhão à Associação Moriá, organização voltada à formação de jovens em áreas como tecnologia, games e inovação. A decisão foi tomada após denúncias envolvendo a entidade e ocorre, segundo a parlamentar, por precaução.

“Decidi cancelar até que a investigação seja concluída”, disse Kicis. “A proposta parecia boa, mas diante da chuva de denúncias de problemas envolvendo a entidade, optei por suspender tudo. É melhor prevenir do que remediar.”

Segundo a deputada, nenhum valor chegou a ser repassado à Moriá. A emenda havia sido incluída pela bancada do Distrito Federal e, de acordo com Kicis, atendia inicialmente a todos os critérios técnicos. No entanto, com o avanço das suspeitas, a parlamentar afirma ter optado por rever a indicação.

“Não houve um centavo pago. Quando a proposta chegou até mim, todos os requisitos estavam cumpridos. Fiz a minha parte na época achando que estava fazendo uma boa indicação. E estou fazendo a minha parte agora cancelando essa destinação”, afirmou.

A responsabilidade pela liberação dos recursos, segundo ela, cabe ao Poder Executivo, por meio do Ministério do Esporte, que seria responsável por firmar os termos de fomento. A pasta, inclusive, anunciou no último domingo (20) a suspensão de todos os pagamentos destinados à entidade.

Em nota à imprensa, Kicis reiterou o compromisso com a transparência e o bom uso dos recursos públicos. “Sempre tratei a aplicação de recursos públicos com a máxima seriedade. Até que todos os fatos sejam esclarecidos, considero prudente suspender qualquer repasse.”

A parlamentar não descartou a possibilidade de redirecionar os recursos para outro projeto que atenda aos critérios legais e técnicos.

Investigação

Apurações apontam que os diretores da ONG seriam laranjas e que a entidade não funciona no endereço registrado oficialmente. Há ainda suspeitas de que os termos de fomento tenham sido assinados com base em informações falsas.

Diante das denúncias, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino solicitou informações à Advocacia-Geral da União (AGU) e ao Congresso Nacional. O caso segue sob investigação.