A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou estar ciente da situação crítica provocada pelo período de estiagem, marcada por umidade relativa do ar abaixo de 20%, temperaturas elevadas e risco extremo de incêndios, conforme apontado pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo).

Segundo a Pasta, até o momento não há aumento significativo nas internações ou atendimentos por problemas respiratórios diretamente ligados ao clima. No entanto, o cenário segue em constante monitoramento pelas unidades de saúde. Os dados de junho, por exemplo, mostram 746 solicitações de leitos de UTI em 2024, contra 895 no mesmo mês deste ano. Em julho, foram 647 no ano passado e 631 em 2025. Já em agosto, o número caiu de 644 em 2024 para 394 até agora em 2025.

Essas informações evidenciam que houve maior pressão sobre o sistema de saúde nos meses anteriores, mas que, no momento, há tendência de queda. A SES-GO ressalta que as solicitações envolvem síndromes respiratórias em geral, não apenas relacionadas ao tempo seco, e estão sendo acompanhadas pelo Centro de Operações de Emergências em Saúde por Síndrome Respiratória Aguda Grave (COE-Srag).

Entre as medidas adotadas, o Estado reforçou as orientações às equipes médicas, distribuiu materiais informativos à população e avalia de forma contínua os estoques de medicamentos e insumos. A Secretaria também prepara um Plano de Contingência, em fase final de elaboração, que trará diretrizes específicas para enfrentamento da estiagem.

À população, as orientações são claras: usar umidificadores ou toalhas molhadas durante a noite, manter hidratação constante, evitar exposição excessiva ao sol, utilizar protetor solar e hidratantes, além de não frequentar locais fechados e com pouca circulação de ar. Em caso de sintomas, a recomendação é procurar a unidade de saúde mais próxima.

Queimadas no entorno do DF

Enquanto isso, os municípios do entorno do Distrito Federal enfrentam aumento nos focos de queimadas em 2025. Cidades como Águas Lindas, Cidade Ocidental, Cocalzinho, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina de Goiás, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás foram destaques no boletim do Cimehgo.

O levantamento aponta que a seca prolongada, somada à ação humana, contribui para a propagação das chamas. Além dos danos ambientais, o problema agrava a qualidade do ar e pode ampliar os riscos de doenças respiratórias. Técnicos alertam que grande parte dos incêndios é provocada e que a conscientização da população é fundamental para reduzir os impactos.

O prognóstico indica risco elevado de incêndios nos próximos dias em toda a região.