Trem Brasília-Luziânia volta à pauta com promessa de avanços

29 setembro 2025 às 14h09

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O Ministério dos Transportes incluiu o trecho ferroviário entre Brasília (DF) e Luziânia (GO) entre os seis projetos prioritários de transporte de passageiros no país. A iniciativa faz parte de um plano-piloto que pretende estruturar modelos operacionais, jurídicos e econômicos que poderão ser replicados em outras regiões.
De acordo com a pasta, a proposta é estimular a ampliação da oferta de transporte ferroviário de passageiros, seja em caráter regular ou eventual. Além do eixo Brasília-Luziânia, também foram selecionados: Feira de Santana–Salvador (BA), Pelotas–Rio Grande (RS), Londrina–Maringá (PR), Fortaleza–Sobral (CE) e São Luís–Itapecuru Mirim (MA).
Em janeiro deste ano, a secretária do Entorno do Distrito Federal, Caroline Fleury, recebeu a confirmação da inclusão do projeto entre as prioridades do Plano Nacional de Ferrovias diretamente do secretário Nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Cezar Ribeiro. A reunião contou também com Maryane da Silva Figueiredo, diretora do Departamento de Obras e Projetos, Hélio Sousa, diretor de Outorgas Rodoviárias, Lucas Gontijo, coordenador do ministério, além de representantes da Asociación Latinoamericana de Ferrocarriles (Alaf).

Na ocasião, Caroline Fleury destacou que o projeto deve avançar rapidamente. “O Ministério dos Transportes já programou outras três reuniões de trabalho para impulsionar essa iniciativa, que será de grande relevância para a Região Metropolitana do Entorno. Esse projeto se soma ao do corredor exclusivo de ônibus, o BRT, atualmente em fase de estudos técnicos para início das obras”, afirmou a secretária.
A ideia de implantar um trem ligando Brasília ao Entorno, porém, não é recente. Em 2019, os governos do DF e de Goiás discutiram a ampliação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) até Luziânia, aproveitando a linha já existente que chega apenas até Valparaíso. Na época, os secretários Paulo Roriz e Wilder Morais pediram apoio do governo federal e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para viabilizar a obra. A estimativa era de que cerca de 60 quilômetros de trilhos pudessem ser aproveitados no trajeto.
Segundo técnicos envolvidos, a utilização da ferrovia já disponível reduziria custos e daria agilidade à implantação, já que os investimentos se concentrariam na modernização do trecho e na adaptação para o transporte de passageiros. A proposta previa ainda fases de testes sem passageiros para avaliação da segurança antes da liberação do uso coletivo.
O Ministério dos Transportes reforçou que o objetivo dos seis projetos-piloto é avaliar a viabilidade operacional e econômica, acumulando experiência para planejar a expansão da malha ferroviária de passageiros de forma mais ampla. No caso específico de Brasília-Luziânia, o governo vê potencial de impacto direto na mobilidade da região, marcada por intenso fluxo diário de trabalhadores que se deslocam para a capital federal.