O presidente do sindicombustíveis do Distrito Federal, Paulo Tavares, afirmou que a redução de 14 centavos no preço da gasolina anunciada pela Petrobras, na última segunda-feira, não chegou aos postos porque as distribuidoras não repassaram o valor de forma completa.

Segundo ele, o sindicato orientou na terça-feira que as distribuidoras repassassem uma redução de 10 centavos, levando em conta a composição do combustível. “Anunciei que as distribuidoras deveriam repassar para os revendedores uma redução de 10 centavos na gasolina, devido à formação de preços 30% etanol e 70% gasolina”, disse.

Tavares informou que, naquele dia, as distribuidoras reduziram apenas entre 4 e 5 centavos, e ainda houve um aumento de 3 centavos no diesel. Uma semana depois, no dia 28, segundo ele, as distribuidoras elevaram novamente os preços. “Todas as distribuidoras elevaram seus preços entre 1 e 2 centavos. Ou seja, não repassaram a diferença de 6 centavos na gasolina, mas elevaram os preços, praticamente compensando toda a queda de preço que a Petrobras fez”, afirmou.

Ele também destacou que os postos não compram diretamente da Petrobras. “Posto de combustível não compra gasolina da Petrobras, mas compra das distribuidoras. E as distribuidoras, sem nenhum tipo de comunicação para nós revendedores, ao invés de repassar a redução, reajustaram o preço dos combustíveis”, declarou.

O morador de Águas Claras, João Ferreira, de 42 anos, disse que, mesmo se a redução tivesse chegado aos postos, seria pouco para fazer diferença. “Mesmo se tivesse tido essa redução, não ia mudar muita coisa. O que é 10 centavos num litro? Se a pessoa coloca 40 ou 50 reais, isso não aparece. A gente precisa é que abaixe de verdade, não só no anúncio. Quem usa o carro para trabalhar, para levar os filhos na escola, sabe que cada ida ao posto pesa. Qualquer queda ajuda, claro, mas do jeito que está, não dá para sentir no bolso. A gente só quer pagar um preço justo.”