Produtores rurais do Entorno do Distrito Federal, especialmente da agricultura familiar, terão acesso facilitado a crédito rural com condições altamente vantajosas. O governo federal lançou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, com R$ 89 bilhões em recursos e taxas de juros que variam entre 2% e 3% ao ano — bem abaixo da Selic, que hoje gira em torno de 15%.

A medida deve beneficiar diretamente agricultores dos municípios do Entorno, como Luziânia, Cristalina, Formosa, Planaltina de Goiás, Cidade Ocidental, entre outros polos agrícolas da região. O foco é impulsionar a produção de alimentos que compõem a cesta básica, como arroz, feijão, mandioca, frutas, verduras, ovos e leite, além de incentivar práticas agroecológicas e a recuperação de áreas degradadas.

“A gente sabe que o custo de produção aumentou e o acesso ao crédito é decisivo. Esse Plano Safra é uma oportunidade para quem quer ampliar a lavoura, investir em agroecologia ou retomar áreas produtivas com sustentabilidade”, destacou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.

Para cultivos agroecológicos e produção orgânica — modalidades em crescimento no Entorno — a taxa de juros será ainda mais baixa: 2% ao ano. O objetivo, segundo o governo, é tornar esse tipo de agricultura mais acessível e financeiramente viável.

Incentivo às mulheres e aos pequenos quintais produtivos

As mulheres rurais também terão atenção especial neste ciclo. O plano traz um aumento de 36,8% no volume de crédito destinado a elas e cria o Pronaf B – Quintais Produtivos, com microcrédito de até R$ 20 mil, juros simbólicos de 0,5% ao ano e bônus de adimplência de até 40%.

Esses pequenos quintais, comuns em propriedades de até meio hectare no Entorno, são fontes de renda e segurança alimentar, com potencial de gerar até R$ 5 mil por mês para as famílias.

Sistemas integrados e recuperação de áreas degradadas

Outro destaque é o financiamento para implantação de florestas produtivas, uma alternativa viável para agricultores da região que buscam diversificação de renda. Espécies como açaí, cacau, cupuaçu, andiroba e baunilha, cultivadas em consórcios agroflorestais, passam a ser financiáveis com as mesmas taxas reduzidas.

Segundo o governo, o novo Plano Safra da Agricultura Familiar chega com o objetivo de dar fôlego aos pequenos produtores, fortalecer a soberania alimentar e integrar produção com sustentabilidade — uma equação que interessa diretamente aos produtores do Entorno do DF, que abastecem feiras, mercados locais e programas públicos de aquisição de alimentos.