Caixa paga hoje o maior prêmio da história: 1 bilhão
31 dezembro 2025 às 09h47

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A Caixa Econômica Federal realiza hoje, dia 31 de dezembro, o sorteio do maior prêmio já registrado na história das loterias no Brasil. Estão em jogo R$ 1 bilhão. Diante desse valor, surgem perguntas comuns entre a população: o que fazer com tanto dinheiro e como administrar uma quantia tão alta.
Para entender como as pessoas enxergam essa possibilidade, o Jornal Opção Entorno foi às ruas e ouviu moradores sobre o que fariam se fossem os ganhadores do prêmio. A aposentada Raimunda Nonato, de 62 anos, contou que a primeira decisão seria quitar dívidas e se afastar da rotina atual. Segundo ela, a prioridade seria garantir segurança para a família.
“Eu sumiria, mas antes pagaria todas as contas. Ninguém iria me ver mais, ninguém que digo, os que dizem ser amigos. Minha família eu levaria tudo comigo. Quitaria as minhas dívidas e as deles, compraria uma casa pra eles e outra separada pra mim, uma chácara, carros, iria viajar e deixaria o restante na poupança pra viver só de juros”, afirmou.
Já para Armando José, de 67 anos, o desejo seria mais simples e ligado à saudade da família. Ele disse que, se ganhasse o prêmio, usaria o dinheiro para rever parentes que moram em outro estado. “Eu tenho um desejo enorme de visitar minha família no Ceará. Eu sou muito sozinho aqui e sinto muita falta deles”, relatou.
A reportagem também fez um cálculo com base na fala de seu Armando. Considerando passagens de ida e volta entre Brasília e o Ceará ao custo de R$ 2 mil, seria possível realizar cerca de 250 mil viagens com o valor total do prêmio.
Para esclarecer dúvidas sobre como lidar com uma fortuna desse tamanho, o Jornal Opção Entorno conversou com o economista e planejador financeiro Afrânio Alves. Ele destacou que o principal cuidado do ganhador deve ser não tomar decisões sozinho, principalmente nos primeiros momentos.
“A principal dica é que o ganhador não faça nada sozinho. Existem vários exemplos de pessoas que enriquecem rapidamente e acabam perdendo tudo por falta de orientação adequada. O excesso de confiança e decisões mal orientadas fazem com que a pessoa volte à condição financeira anterior”, explicou.
Segundo o planejador financeiro, buscar uma equipe especializada em gestão patrimonial é fundamental para preservar o dinheiro ao longo do tempo e garantir que ele beneficie também gerações futuras.
Afrânio Alves também comparou os rendimentos da poupança com os de uma carteira de investimentos diversificada. Ele explicou que a poupança rende, em média, cerca de 0,6% ao mês, enquanto uma carteira conservadora pode alcançar entre 0,7% e 0,9%.
“Com um prêmio de aproximadamente R$ 1 bilhão, estamos falando de uma renda mensal que pode variar entre R$ 6 milhões e R$ 9 milhões. Na poupança, esse rendimento ficaria em torno de R$ 6 milhões por mês. Já uma carteira de investimentos bem estruturada pode gerar até R$ 3 milhões a mais mensalmente”, afirmou.
O economista ressaltou ainda a importância de considerar a inflação antes de gastar os rendimentos. De acordo com ele, consumir apenas os juros ajuda a manter o valor principal intacto.
“Quando a pessoa gasta apenas o que rende, o patrimônio principal é preservado. O problema ocorre quando os resgates ultrapassam esse valor mensal, o que consome o patrimônio. Isso não é um erro, desde que exista planejamento”, explicou.
Sobre a poupança, Afrânio Alves alertou que ela não é a melhor opção para proteger grandes valores por longos períodos, principalmente por causa da inflação.
“Quando o rendimento da poupança é menor que a inflação, o dinheiro perde poder de compra. Esse é um risco que a gente tenta reduzir com uma boa distribuição dos investimentos”, disse.
Ele também chamou atenção para o período logo após o recebimento do prêmio, quando decisões emocionais podem colocar o dinheiro em risco.
“Nos primeiros dias, as pessoas costumam estar muito eufóricas e podem tomar decisões no calor da emoção. Por isso, é importante contar com assessoria financeira e tributária desde o início”, afirmou.
Sobre os impostos, o planejador financeiro explicou que a tributação é feita antes do pagamento ao ganhador.
“A Caixa Econômica Federal já faz o recolhimento do imposto na fonte. A alíquota atual é de 30%. Em um prêmio de R$ 1 bilhão, cerca de R$ 300 milhões ficam retidos como imposto de renda. O ganhador recebe aproximadamente R$ 700 milhões e apenas informa esse valor na declaração anual”, concluiu.
