O Ministério dos Transportes incluiu o trecho ferroviário entre Brasília (DF) e Luziânia (GO) entre os seis projetos prioritários de transporte de passageiros no país. A iniciativa faz parte de um plano-piloto que pretende estruturar modelos operacionais, jurídicos e econômicos que poderão ser replicados em outras regiões.

De acordo com a pasta, a proposta é estimular a ampliação da oferta de transporte ferroviário de passageiros, seja em caráter regular ou eventual. Além do eixo Brasília-Luziânia, também foram selecionados: Feira de Santana–Salvador (BA), Pelotas–Rio Grande (RS), Londrina–Maringá (PR), Fortaleza–Sobral (CE) e São Luís–Itapecuru Mirim (MA).

Em janeiro deste ano, a secretária do Entorno do Distrito Federal, Caroline Fleury, recebeu a confirmação da inclusão do projeto entre as prioridades do Plano Nacional de Ferrovias diretamente do secretário Nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Cezar Ribeiro. A reunião contou também com Maryane da Silva Figueiredo, diretora do Departamento de Obras e Projetos, Hélio Sousa, diretor de Outorgas Rodoviárias, Lucas Gontijo, coordenador do ministério, além de representantes da Asociación Latinoamericana de Ferrocarriles (Alaf).

Governador Ibaneis Rocha fez viagem de inspeção da via férrea que liga Brasília a cidade de Valparaiso (GO) no dia 04 de junho de 2025. Foto: Renato Alves.

Na ocasião, Caroline Fleury destacou que o projeto deve avançar rapidamente. “O Ministério dos Transportes já programou outras três reuniões de trabalho para impulsionar essa iniciativa, que será de grande relevância para a Região Metropolitana do Entorno. Esse projeto se soma ao do corredor exclusivo de ônibus, o BRT, atualmente em fase de estudos técnicos para início das obras”, afirmou a secretária.

A ideia de implantar um trem ligando Brasília ao Entorno, porém, não é recente. Em 2019, os governos do DF e de Goiás discutiram a ampliação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) até Luziânia, aproveitando a linha já existente que chega apenas até Valparaíso. Na época, os secretários Paulo Roriz e Wilder Morais pediram apoio do governo federal e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para viabilizar a obra. A estimativa era de que cerca de 60 quilômetros de trilhos pudessem ser aproveitados no trajeto.

Segundo técnicos envolvidos, a utilização da ferrovia já disponível reduziria custos e daria agilidade à implantação, já que os investimentos se concentrariam na modernização do trecho e na adaptação para o transporte de passageiros. A proposta previa ainda fases de testes sem passageiros para avaliação da segurança antes da liberação do uso coletivo.

O Ministério dos Transportes reforçou que o objetivo dos seis projetos-piloto é avaliar a viabilidade operacional e econômica, acumulando experiência para planejar a expansão da malha ferroviária de passageiros de forma mais ampla. No caso específico de Brasília-Luziânia, o governo vê potencial de impacto direto na mobilidade da região, marcada por intenso fluxo diário de trabalhadores que se deslocam para a capital federal.