Uma superbactéria foi identificada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB). Trata-se da Acinetobacter baumannii, um dos microrganismos mais preocupantes para a saúde pública mundial, devido à sua resistência a diversos tipos de antibióticos. A bactéria pode causar infecções graves, como pneumonia, infecção urinária e sepse, especialmente em pacientes com imunidade baixa.

De acordo com o HCB, 13 pacientes apresentaram presença da bactéria — 12 sem sintomas e um com infecção leve, que já foi tratada. O hospital ressaltou que não houve mortes e que os primeiros casos foram identificados no início de setembro, durante testagens de rotina realizadas pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar.

Após a confirmação, foram adotadas medidas imediatas: isolamento dos pacientes, bloqueio de acessos à UTI e intensificação dos protocolos de limpeza e desinfecção. O hospital também informou que criou uma “área de corte” para evitar o contato entre os pacientes colonizados e os demais internados.

Secretaria de Saúde acompanha caso e reconhece medidas eficazes

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou ao Jornal Opção Entorno, que foi formalmente notificada sobre o caso pelo HCB, assim como a Vigilância Sanitária, conforme determina a legislação.

Após a notificação, a Gerência de Risco em Serviços de Saúde solicitou informações ao hospital e realizou uma inspeção sanitária. Em seguida, emitiu um Relatório Técnico de Inspeção, com orientações e acompanhamento. A SES-DF destacou que as medidas de controle já estavam implementadas e sendo executadas “a contento” na unidade.

O hospital envia atualizações semanais à Secretaria de Saúde, com informações sobre as ações adotadas e a evolução dos pacientes, seguindo o fluxo e a legislação específica sobre o tema.

Atualmente, as crianças acometidas estão distribuídas entre a UTI e a enfermaria de internação, conforme avaliação médica. O encaminhamento à enfermaria ocorre apenas após a alta da UTI, seguindo as normas de isolamento e controle hospitalar.

Bactéria é considerada ameaça global pela OMS

A Acinetobacter baumannii está entre as três superbactérias mais perigosas do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O microrganismo pode sobreviver por longos períodos em superfícies hospitalares e é resistente à maioria dos antibióticos disponíveis.

Por esse motivo, a OMS classifica o desenvolvimento de novos medicamentos contra a A. baumannii como prioridade máxima. Casos de colonização ou infecção são mais comuns em ambientes hospitalares, especialmente entre pacientes que necessitam de ventilação mecânica ou longas internações.