O Governo do Entorno do Distrito Federal está negociando alternativas para lidar com a chamada taxa de acostagem — valor cobrado das empresas de ônibus a cada parada na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília. O objetivo é impedir que o custo adicional seja repassado aos passageiros, especialmente os moradores das cidades do Entorno que dependem diariamente do transporte para trabalhar na capital.

Segundo o secretário do Entorno do DF, Cristian Viana, as tratativas envolvem o Governo do Distrito Federal, a Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF (Semob) e a Agência Nacional de Transportes Públicos (Anatrip). “Fizemos uma reunião na semana passada com a Secretaria do Entorno, o secretário Zeno (Gonçalves), da Mobilidade, e representantes da Anatrip para tratar desse tema. Já houve um desdobramento com o governador Ibaneis Rocha”, afirmou Viana.

O valor da taxa foi fixado em R$ 5,50 por parada, com aceitação das empresas que operam as linhas intermunicipais entre o Entorno e o DF. O acordo encerra uma longa discussão sobre a regulação do uso da rodoviária.

Apesar de representar um custo direto para as empresas, o governo afirma que o foco é proteger o usuário. De acordo com Cristian Viana, a proposta é que o valor seja absorvido em diálogo com a concessionária responsável pela gestão do terminal.

“Sabemos que é um custo a mais para as empresas, mas o governo está atuando para minimizar esse impacto e evitar qualquer repasse à população. Essa negociação será feita diretamente com o consórcio que administra a rodoviária”, reforçou o secretário.

Período de transição

Na última quarta-feira (18), as empresas concordaram oficialmente com a cobrança de R$ 5,50 por viagem, valor que passa a vigorar em outubro deste ano. No entanto, haverá um período de transição de 90 dias, durante o qual os valores serão acumulados e cobrados retroativamente.

O secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Zeno Gonçalves, que mediou as negociações, esclareceu que não haverá isenção durante esse período.

“A taxa será cobrada com retroatividade. A diferença é que as empresas terão esse tempo para se adequar”, explicou.