Moradores de um condomínio em Valparaíso de Goiás passaram por momentos de pânico na tarde desta quarta-feira (16), após o solo ceder e provocar o desabamento parcial de quatro casas. Outras sete residências foram interditadas pela Defesa Civil devido ao risco de novos deslizamentos.

Segundo relatos dos moradores, o problema teria sido causado por máquinas pesadas que operavam em uma obra vizinha, movimentando a terra em uma área de mata. “Eu estava em casa, por volta das 13h, quando tudo aconteceu. Na minha casa, a varanda cedeu. Mas teve vizinho que perdeu quase metade da casa. Algumas estão rachadas de ponta a ponta”, relatou a decoradora Vivi Matos, uma das afetadas pelo incidente.

A construção ao lado, de responsabilidade da empresa BMS Incorporações Ltda., já era motivo de preocupação para os moradores. Eles afirmam que tentaram alertar a construtora sobre os riscos do terreno e chegaram a contratar um engenheiro para emitir um laudo preventivo, temendo que algo grave pudesse acontecer.

Em nota oficial, a BMS informou que a obra possui todas as licenças e alvarás exigidos. De acordo com a empresa, durante a escavação para a construção de um muro de contenção, uma rede de drenagem não mapeada foi rompida, o que teria causado o deslizamento de terra e a queda de muros em três residências.

A construtora afirmou que prestou socorro imediato e mobilizou uma equipe técnica para conter o talude. “Estamos oferecendo toda a assistência necessária aos moradores afetados. Assumiremos os custos de reparos e eventuais perdas materiais”, diz o comunicado.

A Prefeitura de Valparaíso de Goiás também se pronunciou, informando que adotou medidas emergenciais para garantir a segurança da população e acompanhar o processo de responsabilização da empresa. Entre as ações estão a vistoria técnica nos imóveis, a abertura de processo administrativo e a intimação formal da construtora para apresentação dos documentos legais e de um plano de contenção. “Determinamos, como medida preventiva, a desocupação imediata dos imóveis entre as casas de número 15 a 26”, informou a administração municipal em nota.

Nesta quinta-feira (17), a prefeitura cobrou da empresa a entrega do plano emergencial prometido. O governo municipal afirmou que continuará acompanhando a situação de forma rigorosa e exigirá o cumprimento de todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos moradores.