A prefeita de Santo Antônio do Descoberto, Jéssica do Premium (UB), passou a ser alvo de críticas nas redes sociais após a repercussão de informações sobre o atendimento prestado à sua filha no Hospital Municipal de Santo Antônio do Descoberto (HMSAD). O episódio passou a ser comparado ao caso da bebê Ayla Rubi, de um mês e 20 dias, que morreu após ser atendida na mesma unidade de saúde.

Segundo as informações, no último dia 10, a filha do casal formado pela prefeita Jéssica do Premium e pelo deputado André do Premium (Avante) passou mal em casa e foi levada ao hospital municipal. Ao dar entrada na unidade, a paciente apresentou crises convulsivas.

Diante da situação, conforme as informações, o hospital tentou acionar uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para realizar a transferência da paciente ao Hospital Santa Marta, localizado na Asa Norte, em Brasília. No entanto, a Central do SAMU teria negado o pedido, sob a justificativa de que o caso não apresentava risco iminente de morte nem se enquadrava nos critérios de urgência exigidos para esse tipo de remoção.

Com a negativa, a filha do casal foi transportada em uma ambulância.

Após a repercussão do episódio, a prefeita se manifestou por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais, no qual agradeceu manifestações de apoio e criticou a imprensa local. Em um dos trechos, ela afirmou: “Aqui não é a prefeita, e sim uma mãe que dormiu ao lado da filha por dois dias sem dormir. A ambulância do SAMU iria demorar um pouco mais para atender minha filha.”

Em outro momento, declarou: “Quero agradecer a pessoa da Tânia, que é um anjo na minha vida, que estabilizou minha filha. Eu não estava em casa, meu marido não estava em casa e fomos bem atendidas.”* A prefeita também pediu empatia e respeito à família, dizendo: “Eu quero empatia e respeito com minha família. Minha filha é reservada. Envolver meus filhos em sensacionalismo político, não. Minha filha foi muito bem atendida pelo hospital.”

Por outro lado, o caso gerou reação de Cirléia, mãe da bebê Ayla Rubi, que morreu em seu colo, no Hospital Municipal de Santo Antônio do Descoberto. Ela se manifestou nas redes sociais relatando sua experiência e rebatendo a fala da prefeita. Segundo as informações, Cirléia levou a filha ao hospital passando mal, mas o atendimento teria demorado.

Na manifestação nas redes sociais, Cirléia afirma que houve negligência médica e relata que a filha morreu em seus braços. Em sua fala, ela disse: “Eu desejo que a prefeita olhe para a saúde daqui como uma mãe, porque quando a minha filha morreu, ela não olhou como uma mãe, ela olhou como uma política.” Em outro trecho, afirmou: “Eu pedi ajuda, eu pedi socorro. Gente, me ajuda, minha filha tá molinha.”

O depoimento gerou forte repercussão nas redes sociais, com diversos comentários de internautas. Entre as manifestações, usuários escreveram: “Quando uma mãe perde um filho, todas nós sentimos a sua dor” e “Depoimento triste. Que a justiça seja feita.” Outros relataram experiências pessoais no hospital e defenderam que denúncias sejam investigadas.

Os dois casos, ocorridos na mesma unidade de saúde, provocaram comparações e reacenderam o debate público sobre as condições de atendimento, a estrutura disponível e os procedimentos adotados no Hospital Municipal de Santo Antônio do Descoberto.

A reportagem informa que entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Santo Antônio do Descoberto para solicitar esclarecimentos sobre o caso. Até o fechamento desta matéria, não houve retorno. O espaço permanece aberto para manifestação.