Moradores do condomínio atingido por um desabamento em Valparaíso de Goiás vivem a expectativa de terem que deixar os hotéis onde estão hospedados já a partir desta terça-feira (22). O prazo de permanência nesses locais termina amanhã, e ainda não há uma definição clara sobre o que acontecerá em seguida.

De acordo com o advogado de uma das famílias afetadas, a empresa responsável pela obra vizinha — apontada como causadora do deslizamento — se comprometeu a arcar com mais dois meses de aluguel. No entanto, o defensor entrou com uma ação na Justiça pedindo a realocação definitiva da família, com base em um laudo técnico que aponta comprometimento da estrutura da residência, tornando o imóvel inseguro para habitação.

O desabamento ocorreu após o solo ceder durante as obras de construção de um novo empreendimento habitacional, localizado ao lado do condomínio Flores do Bosque. Segundo nota divulgada pela construtora, uma rede de drenagem não mapeada foi rompida durante a escavação de um muro de contenção, o que teria causado o deslizamento do terreno e a queda dos muros de três casas. Outras sete residências foram interditadas por risco iminente de novos desabamentos.

A empresa informou, por meio de nota, que tem prestado toda a assistência necessária às famílias afetadas. “Desde então, estamos custeando integralmente hospedagem em hotéis e alimentação para os moradores impactados, garantindo dignidade e segurança neste momento delicado”, declarou a construtora.

Ainda segundo o comunicado, a empresa se comprometeu a cobrir os custos com aluguel, mudança, transporte e outras necessidades das famílias, além da recuperação completa dos imóveis danificados e o pagamento de indenizações por eventuais perdas materiais comprovadas.

Apesar das garantias, moradores ainda se sentem inseguros em relação ao futuro. “Eu estava em casa, por volta das 13h, quando tudo aconteceu. Na minha casa, a varanda cedeu. Mas teve vizinho que perdeu quase metade da casa”, contou uma moradora, que vive no local há anos.

A Prefeitura de Valparaíso de Goiás informou que determinou, como medida preventiva, a desocupação dos imóveis de número 15 a 26. Um processo administrativo foi aberto contra a empresa, que também foi notificada a apresentar um plano emergencial para conter os riscos.

A gestão municipal afirmou que acompanha o caso de perto e cobra o cumprimento de todas as medidas de segurança necessárias. Já os moradores aguardam uma definição judicial e esperam não ficarem desamparados.