O acesso a grandes quantidades de armas e munições começou há 6 anos. Porém, em 2023, ocorreu a edição do decreto nº 11.615/23, que voltou a restringir esse acesso. Com isso, houveram mudanças significativas na demanda por armas.

Armas de fogo foram alvo de uma política restritiva de acesso com a promulgação do Estatuto do Desarmamento em 2003. Porém, em 2019, primeiro ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), as restrições foram reduzidas, permitindo que a população tivesse acesso a grandes quantidades de armamentos e munições.

Entre 2017 e 2022, o número de armas registradas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) teve um crescimento de 144,3%, passando de 637.972 para 1.558.416 registros ativos. Outro aumento foi o número de pessoas registradas como CAC, que cresceu 1.140%, chegando a 783.385 certificados em 2022.

Já em 2023, primeiro ano do terceiro governo Lula (PT), houve a edição do decreto 11.366/2023, que congelou temporariamente o mercado de armas, determinou o recadastramento das armas adquiridas por CACs a partir de 2019 e passou a discutir uma nova regulamentação do setor, estabelecendo diretrizes para o controle de armas no Brasil.

Mesmo com a política mais restritiva e a redução dos limites de armas que poderiam ser adquiridas, os números continuaram crescendo. De acordo com o Sinarm, entre 2022 e 2023 houve aumento de 34% nos registros de armas, atingindo a marca de 2.088.048 registros. O crescimento foi consistente em vários estados, com destaque para o Amapá, que teve um aumento de 61,5%, Mato Grosso do Sul, com 53,2%, e Roraima, com 50,4%. Rio de Janeiro e Sergipe tiveram redução. (Luan Monteiro)

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