A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes (DEEF), em cooperação com a Polícia Civil de Goiás, deflagrou a Operação Boleto Falso com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada na aplicação de golpes por meio de boletos bancários adulterados. Ao todo, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão na cidade de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal.

As investigações começaram após uma vítima de Mato Grosso relatar o pagamento de um boleto no valor de R$ 23.040. Dias depois, ela descobriu que o dinheiro não havia sido destinado ao verdadeiro credor, mas transferido para contas controladas por golpistas em Goiás. Segundo o delegado Bruno Palmiro, da divisão de estelionatos de Cuiabá, o documento fraudado apresentava o nome correto do beneficiário, mas trazia o CNPJ de um terceiro, característica do crime conhecido como “golpe do boleto falso”. Após o primeiro prejuízo, novas tentativas de golpe foram registradas, com o envio de outros boletos adulterados.

Durante a apuração, os investigadores identificaram todos os envolvidos na chamada “pulverização” dos valores, prática usada para dificultar o rastreamento do dinheiro. A polícia aponta indícios não apenas do crime de estelionato, mas também de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) indicaram que um dos destinatários finais dos valores movimentou R$ 327.241,48 em apenas dois meses, por meio de mais de 50 transferências bancárias. Segundo a Polícia Civil, o montante é incompatível com a capacidade financeira declarada pelo investigado.

Diante dos indícios, a autoridade policial representou pela prisão dos suspeitos e pela apreensão de materiais relevantes para a investigação. Os mandados foram cumpridos por equipes da DEEF, com apoio operacional da Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Regional de Luziânia. Os suspeitos foram ouvidos no local e, de acordo com a polícia, confirmaram os fatos e apontaram outros envolvidos no esquema.

A Polícia Civil alerta a população para redobrar a atenção no pagamento de boletos, especialmente em transações de alto valor. A orientação é conferir não apenas o nome do beneficiário, mas também a procedência do CNPJ ou CPF informados no documento.