A Operação Compliance Zero, realizada pela Polícia Federal nesta semana, apura um esquema de fraude envolvendo o Banco Master e o Banco de Brasília (BRB). A ação resultou na prisão do presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, e outros quatro diretores. O então presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor financeiro, Dario Oswaldo Garcia Júnior, também foram afastados.

A senadora Damares Alves (Republicanos) falou sobre o caso e relembrou que, quando surgiu a notícia de que o BRB poderia comprar o Banco Master, buscou informações diretamente no Banco Central. Ela participou de reuniões com os demais senadores do DF e afirmou que o Banco Central acabou vetando a compra. Damares também disse que, no Senado, foi pedido a abertura de uma CPI sobre a tentativa de aquisição e que assinou um pedido de audiência pública para discutir o tema.

Mesmo sendo aliada do governo Ibaneis, a senadora afirmou que vai acompanhar as investigações e destacou que não tolera corrupção. Ela disse estar preocupada com possíveis reflexos no Fundo Constitucional do DF e quer entender o papel da Câmara Legislativa na aprovação da operação. Segundo Damares, já há pedidos de CPI tanto na Câmara Legislativa quanto na Câmara Federal, e ela pretende acompanhar todos os processos e os trabalhos da Polícia Federal.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) minimizou os efeitos da operação durante a abertura de um evento do setor imobiliário. Ele disse que os erros do ex-presidente do BRB podem ter ocorrido por “excesso de confiança” e afirmou ter carinho e confiança em Paulo Henrique Costa. Para o governador, a antiga gestão acreditava que a compra do Banco Master seria uma oportunidade de crescimento para o BRB.

Ibaneis afirmou acreditar que a recuperação do BRB será imediata, sem prejuízo para clientes e investidores. O Conselho de Administração do banco aprovou o nome de Nelson Antônio de Souza para assumir a presidência. A indicação ainda será analisada pelo Banco Central e pela Câmara Legislativa. Nelson é ex-presidente da Caixa Econômica Federal e tem longa experiência no setor financeiro.

Antes de indicar Nelson, o governador havia anunciado Celso Eloi de Souza Cavalhero para o cargo, mas voltou atrás em menos de 24 horas. Agora, Celso deve ocupar uma função na diretoria, e Nelson assumirá a presidência.

As posições do governador e da vice-governadora Celina Leão sobre a possível compra do Banco Master variaram ao longo do ano. No início, Ibaneis tratou a operação com entusiasmo. Depois, passou a defender que os riscos eram baixos e pediu auditoria mais profunda. Celina declarou em abril que não tinha sido informada sobre a negociação.

Com o veto do Banco Central, o discurso se tornou mais cauteloso. Ibaneis disse que, se a compra fosse inviável, deveria ser interrompida. Nesta semana, Celina voltou a comentar o caso e afirmou que o governo “não tem compromisso com erro”.

Em nota, o Governo do Distrito Federal afirmou que o BRB segue funcionando normalmente, com segurança administrativa e financeira. O governo disse que medidas adicionais serão tomadas para reforçar governança e controle e que não há impacto na liquidez ou na continuidade das operações do banco.

A investigação da Polícia Federal continua e segue sendo acompanhada por autoridades políticas e pelos órgãos de controle.