José Roberto Arruda diz que maior obra foi o metrô do DF e critica governo atual: “Cidade indo por água abaixo”

18 outubro 2025 às 19h23

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Em entrevista concedida neste sábado (18/10) ao podcast EG News, o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda afirmou que sua maior realização à frente do governo foi a construção do metrô de Brasília. Durante a conversa, ele abordou temas políticos, fez críticas à atual gestão e comentou sobre seus planos para o futuro.
“Minha maior obra foi o metrô do DF”, declarou. Arruda também criticou o debate político atual, dizendo que “ficar discutindo quem é melhor, se é de direita ou esquerda, é esquecer de governar o país”.
O ex-governador voltou a falar sobre o episódio que levou à sua saída do governo, classificando o caso como um erro de confiança. “Eu cometi um erro. Recebi 20 mil reais antes de ser governador, registrei no TRE de acordo com a lei. Um caboclo mal-intencionado gravou, tentou me chantagear e eu não aceitei. Passaram isso como se fosse corrupção no meu governo”, afirmou. “Eu errei, confiei em quem não podia confiar, fui muito besta. Pegaram pesado demais comigo.”
Arruda fez críticas à atual gestão do Distrito Federal. “Na minha época tudo funcionava, agora falta tudo. A violência está tomando conta, e eu tô impressionado como a cidade está indo por água abaixo. Falta médico, remédio. Aqui só faz viaduto e as obras não terminam. Estão demorando mais tempo pra fazer os viadutos do Sudoeste do que JK levou pra construir Brasília inteira”, disse.

Questionado sobre uma possível aliança com o empresário Paulo Octávio, o ex-governador respondeu que espera o apoio. “A gente está conversando, vai chegar”, afirmou.
Arruda também comentou sobre os partidos que o expulsaram em 2009 e disse não guardar mágoas. Ele elogiou o PSD e apontou que acredita em uma mudança significativa nas próximas eleições. “Acredito que um governo de centro-direita vai vencer, porque acredito em uma economia de mercado, em um governo mais enxuto, que gaste menos”, pontuou.
Durante a entrevista, o ex-governador ainda fez críticas ao futuro vice-governador de Celina Leão, Dr. Gustavo Rocha. “Esse doutor nunca foi em Ceilândia. Não sabe dirigir o carro dele pra chegar no Paranoá. Não sei como virou vice, se foi pelos votos que ele tem, que eu não sei onde estão, ou pela capacidade dele de fazer maldade pros outros”, declarou.
Arruda afirmou que, se eleito novamente, pretende priorizar a saúde pública no Distrito Federal. “Vou resolver o problema da saúde em Brasília. Hoje tudo é cargo de politicagem, e política precisa ser feita por quem conhece a área e a região”, disse.
Nos bastidores, o ex-governador tem se movimentado politicamente desde que anunciou, neste ano, sua saída do Partido Liberal (PL), após uma década filiado. A decisão foi comunicada ao presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto. Segundo Arruda, a desfiliação ocorreu de forma “tranquila” e “com as portas abertas”.
“Chegou o momento em que preciso ter outro perfil, abrir o leque de alianças. Prefiro deixá-los à vontade, mas sempre com portas abertas. Entrar é fácil, mas o mais importante é saber sair. Estou saindo pela porta da frente”, declarou à época.
A movimentação é vista como uma aproximação com o PSD, partido comandado no Distrito Federal por Paulo Octávio, que foi vice de Arruda em 2007. A possível filiação é considerada natural por aliados, que enxergam a dupla novamente afinada politicamente.
Em suas redes sociais, Arruda afirmou que, antes de definir seu futuro político, pretende ouvir a população. “Até o final do ano quero visitar todas as cidades do DF, ouvir as pessoas, as lideranças, conversar e ver o que elas desejam que eu faça”, disse.
De olho nas eleições de 2026, o ex-governador aposta na recente mudança na Lei da Ficha Limpa, que reduziu para 12 anos o tempo máximo de inelegibilidade. A alteração, porém, ainda gera divergências entre juristas, que avaliam que a regra não teria efeito retroativo para beneficiar políticos já condenados.