As derrubadas das casas no Caub 2, no Gama, começaram na manhã de ontem, quarta-feira (3), e desencadearam, na manhã desta quinta-feira (4), um protesto de moradores da região. Eles afirmam viver no local há mais de seis anos e denunciam que a operação estaria ocorrendo sem ordem do Ministério Público. Segundo os relatos, as famílias não receberam explicações da equipe que coordena a ação.

Os moradores dizem que o condomínio, que tinha mais de 26 casas, hoje conta com apenas cinco de pé. Eles relatam que crianças, gestantes, idosos e pessoas com deficiência estão desabrigados, e que algumas residências teriam sido derrubadas com moradores ainda dentro.

De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, manifestantes colocaram fogo em materiais acumulados na via e ameaçaram incendiar áreas internas do condomínio. Cerca de 30 pessoas participam do protesto. O Corpo de Bombeiros utilizou um caminhão para apagar as chamas e precisou fechar duas pistas, deixando apenas a via do BRT liberada, o que gerou um grande congestionamento.

Em nota, o DF Legal, responsável pela operação, informou tratar-se de um parcelamento urbano irregular, erguido em área rural e sem possibilidade de regularização. O órgão afirma que todos os moradores foram intimados em 2024 e entraram com recurso administrativo, que foi indeferido em todas as instâncias por onde passou, incluindo a Codhab.

A secretaria também declarou que o Governo do Distrito Federal ofereceu ajuda às famílias, mas que a proposta teria sido recusada.

Os manifestantes foram questionados sobre um possível acordo, porém afirmam que nunca receberam qualquer proposta de apoio. Segundo eles, “nunca recebemos um copo de água”.