Família denuncia negligência após menino de 10 anos morrer de apendicite em Goiás
28 outubro 2025 às 09h59

COMPARTILHAR
No último dia 23 de outubro, Theo Pietro Medeiros, de 10 anos de Águas Lindas (GO) morreu em decorrência de uma apendicite, enquanto os pais denunciam falhas graves no atendimento médico. A família alega que o diagnóstico foi tardio e questiona a conduta profissional que resultou no agravamento do quadro — uma situação que agora está sob apuração.
De acordo com os relatos, a criança apresentou sintomas abdominais agudos e foi encaminhada para atendimento médico, mas não recebeu o diagnóstico correto a tempo ou o tratamento necessário de forma imediata. A família afirma que o que parecia um simples desconforto evoluiu para uma infecção severa, gerando complicações e levando à morte.
A direção da unidade de saúde informou que está colaborando com as investigações, mas ainda não há confirmação pública sobre quais medidas serão adotadas ou se haverá responsabilização. A família, por sua vez, aguarda resultados e exige transparência e justiça diante da perda irreparável.
Este caso chama atenção para os protocolos de atendimento em urgências pediátricas: a Apendicite Aguda, embora comum, exige diagnóstico rápido para evitar perfuração, sepse e risco de morte — fatores já amplamente documentados na jurisprudência e na literatura médica brasileira que apontam para negligência quando o diagnóstico é procrastinado.
A repercussão reacende a discussão sobre a qualidade da assistência à saúde infantil no país e a necessidade de mecanismos eficazes de vigilância, responsabilização e melhoria nos protocolos clínicos. As autoridades responsáveis prometem apuração rigorosa e a família espera que o caso não seja arquivado sem esclarecimentos.
Entenda a peregrinação de atendimento
Na quarta-feira (22), Theo foi atendido novamente em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) onde, de acordo com a família, uma médica pediu um raio-X e exame de sangue. O menino foi liberado novamente após o médico plantonista que assumiu o lugar da médica orientar a família a caminhar com o menino para ajudar na evacuação, já que o exame teria mostrado acúmulo de fezes.
O médico também teria receitado alguns medicamentos para a família dar ao menino em casa, mas ele passou mal e vomitou. Na quinta-feira (23), Theo foi levado de volta à UPA com perda de consciência e vômito. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu.
A Secretaria Municipal de Saúde de Águas Lindas respondeu por meio de nota:
”A Secretaria Municipal de Saúde de Águas Lindas de Goiás, diante das informações divulgadas sobre o caso do paciente Theo Pietro do Nascimento Medeiros, de 10 anos, vem a público prestar os seguintes esclarecimentos:
Assim que teve conhecimento dos fatos, a Secretaria determinou a imediata instauração de sindicância administrativa para apurar, com rigor, todas as circunstâncias do atendimento e identificar eventuais falhas ou responsabilidades.
Todas as medidas administrativas e legais cabíveis já foram adotadas.
A Secretaria reforça que não compactua com qualquer ato de negligência, imprudência ou imperícia, e reafirma que situações que envolvem suspeita de conduta inadequada são tratadas com transparência, seriedade e responsabilidade.
A Secretaria Municipal de Saúde manifesta profundo pesar pelo falecimento da criança e se solidariza sinceramente com os familiares e amigos neste momento de dor.
