No último dia 23 de outubro, Theo Pietro Medeiros, de 10 anos de Águas Lindas (GO) morreu em decorrência de uma apendicite, enquanto os pais denunciam falhas graves no atendimento médico. A família alega que o diagnóstico foi tardio e questiona a conduta profissional que resultou no agravamento do quadro — uma situação que agora está sob apuração.

De acordo com os relatos, a criança apresentou sintomas abdominais agudos e foi encaminhada para atendimento médico, mas não recebeu o diagnóstico correto a tempo ou o tratamento necessário de forma imediata. A família afirma que o que parecia um simples desconforto evoluiu para uma infecção severa, gerando complicações e levando à morte.

A direção da unidade de saúde informou que está colaborando com as investigações, mas ainda não há confirmação pública sobre quais medidas serão adotadas ou se haverá responsabilização. A família, por sua vez, aguarda resultados e exige transparência e justiça diante da perda irreparável.

Este caso chama atenção para os protocolos de atendimento em urgências pediátricas: a Apendicite Aguda, embora comum, exige diagnóstico rápido para evitar perfuração, sepse e risco de morte — fatores já amplamente documentados na jurisprudência e na literatura médica brasileira que apontam para negligência quando o diagnóstico é procrastinado.

A repercussão reacende a discussão sobre a qualidade da assistência à saúde infantil no país e a necessidade de mecanismos eficazes de vigilância, responsabilização e melhoria nos protocolos clínicos. As autoridades responsáveis prometem apuração rigorosa e a família espera que o caso não seja arquivado sem esclarecimentos.

Entenda a peregrinação de atendimento

Na quarta-feira (22), Theo foi atendido novamente em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) onde, de acordo com a família, uma médica pediu um raio-X e exame de sangue. O menino foi liberado novamente após o médico plantonista que assumiu o lugar da médica orientar a família a caminhar com o menino para ajudar na evacuação, já que o exame teria mostrado acúmulo de fezes.

O médico também teria receitado alguns medicamentos para a família dar ao menino em casa, mas ele passou mal e vomitou. Na quinta-feira (23), Theo foi levado de volta à UPA com perda de consciência e vômito. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu.

A Secretaria Municipal de Saúde de Águas Lindas respondeu por meio de nota:

​”A Secretaria Municipal de Saúde de Águas Lindas de Goiás, diante das informações divulgadas sobre o caso do paciente Theo Pietro do Nascimento Medeiros, de 10 anos, vem a público prestar os seguintes esclarecimentos:

​Assim que teve conhecimento dos fatos, a Secretaria determinou a imediata instauração de sindicância administrativa para apurar, com rigor, todas as circunstâncias do atendimento e identificar eventuais falhas ou responsabilidades.

​Todas as medidas administrativas e legais cabíveis já foram adotadas.

​A Secretaria reforça que não compactua com qualquer ato de negligência, imprudência ou imperícia, e reafirma que situações que envolvem suspeita de conduta inadequada são tratadas com transparência, seriedade e responsabilidade.

​A Secretaria Municipal de Saúde manifesta profundo pesar pelo falecimento da criança e se solidariza sinceramente com os familiares e amigos neste momento de dor.