Moradores de Valparaíso de Goiás seguem há mais de 30 dias sem o transporte coletivo “Vai de Val”. O serviço, criado pela prefeitura em maio deste ano, foi suspenso em 31 de julho e deixou cerca de 800 usuários diários sem alternativa.

O prefeito Marcus Vinícius (MDB), conhecido pelo uso de superlativos para anunciar obras e programas que muitas vezes não saem do papel, firmou contrato emergencial com a empresa responsável pelo transporte. A promessa era enviar à Câmara Municipal um projeto de lei para garantir o subsídio do serviço. No entanto, segundo relatos obtidos pelo Jornal Opção Entorno, isso não aconteceu e a empresa não recebeu. “A empresa sempre cobrando o prefeito para enviar o PL e nada dele tomar essa iniciativa para autorizar o subsídio”, afirmou um interlocutor ouvido pela reportagem.

Com a falta de pagamento por parte da prefeitura, a empresa deixou de cumprir compromissos assumidos, como a bilhetagem eletrônica e a disponibilização de ônibus mais novos. A situação se agravou até a paralisação total do serviço. “A empresa levou um prejuízo em torno de R$ 400 mil durante o período de 60 dias em que prestava o serviço”, contou um morador.

O “Vai de Val” foi lançado como solução provisória para atender os bairros Céu Azul, Valparaíso I e II, com tarifa reduzida e promessa de melhorias. Porém, em apenas dois meses de funcionamento acumulou reclamações de usuários sobre atrasos, longos intervalos, falhas no ar-condicionado, descumprimento de horários, falta de limpeza e problemas de acessibilidade.

Nesta segunda-feira (1º), a prefeitura informou que só na última sexta-feira enviou à Câmara o projeto de lei para tratar do subsídio do transporte público. Segundo a gestão, a apreciação e aprovação pelos vereadores são etapas indispensáveis para dar continuidade ao processo. Pela manhã, procuramos o presidente da Casa de Leis, Walison Lacerda, companheiro partidário do prefeito, e nos informou que não chegou projeto sobre o tema na Câmara.

Enquanto isso, o município afirma que só poderá retomar a licitação e contratar uma nova empresa após a deliberação. Até lá, a população permanece sem previsão para a volta do serviço, numa espera que já passa de um mês.