Servidoras e servidores da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) receberam, treinamento promovido pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). A iniciativa buscou aprimorar a forma como os inquéritos sobre violência doméstica são conduzidos, garantindo maior rigor na apuração dos casos.

A promotora de Justiça Liana Schuler Martins Netto, responsável pela 8ª Promotoria de Justiça de Águas Lindas, conduziu a capacitação junto à equipe comandada pela delegada Tamires Teixeira. Durante o encontro, Liana destacou a gravidade da violência contra a mulher no país: “No Brasil, a cada seis minutos, uma mulher é vítima de abuso sexual. Quatro morrem diariamente e, só em 2024, tivemos 1.459 feminicídios”, afirmou, ressaltando a importância de cada ação policial.

Um dos focos do treinamento foi garantir que todas as provas e indícios dos crimes sejam coletados desde o início das investigações. A promotora orientou detalhadamente a documentação de depoimentos, principalmente em casos de ameaça, pedindo que se registre quando, onde e de que forma os fatos ocorreram, além de identificar possíveis testemunhas.

O uso de evidências digitais e documentais também foi enfatizado. Prints de conversas em aplicativos, e-mails, relatórios médicos e psicólogos, bem como documentos do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), são fundamentais para comprovar violência psicológica, perseguição ou dano emocional. Para que esses registros tenham validade jurídica, a promotora orientou a anexação de certidões simples indicando datas e números envolvidos.

O treinamento também abordou a importância de qualificar todas as vítimas e testemunhas, no processo. Foto: Reprodução

A celeridade processual foi outro ponto reforçado. Segundo Liana, atrasos nos inquéritos dificultam a atuação da Justiça e podem causar retrabalho na delegacia, especialmente quando há acusados presos. “Um inquérito completo e bem organizado aumenta as chances de êxito na ação penal. Cada detalhe conta”, disse.

O treinamento também abordou a importância de qualificar todas as vítimas e testemunhas citadas nos depoimentos, mesmo por videoconferência, além de detalhar a cronologia dos fatos e atender prontamente aos ofícios do Ministério Público.