O Distrito Federal contabilizou, entre janeiro e outubro deste ano, 29 mortes de idosos vítimas de atropelamentos. Os números acendem um alerta sobre a segurança dessa população no trânsito.

Um dos casos mais recentes foi registrado na altura da 214 Norte, na sexta-feira (12). Uma idosa de 71 anos foi atropelada enquanto atravessava a via. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu. Outro atropelamento ocorreu no Recanto das Emas, onde uma idosa foi atingida por um ônibus na faixa de pedestres. A vítima recebeu atendimento médico e ficou internada por quatro dias, mas acabou morrendo.

Em entrevista ao jornal Opção Entorno, o especialista em trânsito Wellington Matos afirmou que a falta de atenção dos condutores tem peso significativo nesses acidentes. Segundo ele, “hoje nós temos um problema sério com os condutores de veículos, a distração. São muitos elementos acontecendo ao mesmo tempo, e o motorista perde o foco, que é a condução”.

Wellington Matos destacou ainda que o uso do celular, conversas paralelas e a movimentação intensa nas vias contribuem para esse cenário. “Eu tenho o celular, eu tenho a conversa, eu tenho pessoas se movimentando na via, veículos sem sinalização correta e pedestres fora da área destinada a eles. Tudo isso aumenta o risco de um sinistro”, explicou.

O especialista também falou sobre as limitações enfrentadas pelos idosos. “O idoso demora a perceber que não tem mais a mesma mobilidade e velocidade. Ele acredita que consegue atravessar correndo, não se preocupa com a queda e muitas vezes não utiliza a faixa ou a passagem aérea”, afirmou. Segundo ele, os reflexos mais lentos dificultam a reação em situações de risco.

Outro ponto citado foi o crescimento da população idosa. “Hoje nós temos muito mais idosos ativos, nas ruas, no comércio, caminhando, pedalando e participando do trânsito. Quando aumenta essa participação, infelizmente aumentam também as estatísticas de acidentes”, disse.

Já o capitão Palomino, do Corpo de Bombeiros, reforçou que a combinação entre a desatenção dos motoristas e o grande fluxo de veículos amplia o risco de atropelamentos. De acordo com ele, idosos possuem menor agilidade e tempo de reação, o que exige cuidado redobrado tanto de quem dirige quanto de quem atravessa as vias.