Paula Belmonte se coloca como alternativa ao GDF e destaca independência política

09 abril 2025 às 13h57

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A deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania) avalia o resultado da recente pesquisa como reflexo de seu histórico de atuação parlamentar. Segundo ela, o desempenho inicial demonstra o reconhecimento da população ao trabalho desenvolvido desde 2019, quando iniciou seu mandato como deputada federal, seguido pela eleição para a Câmara Legislativa do DF (CLDF), em 2022.
Para ampliar sua base de apoio, Belmonte aposta no diálogo com as regiões administrativas, construção de alianças e escuta ativa das demandas da população. Ela afirma que um projeto majoritário deve ser construído de forma coletiva e responsável, e ter o envolvimento da sociedade.
Ao comentar sobre os nomes que lideram a disputa, como a vice-governadora Celina Leão (PP) e o senador Izalci Lucas (PL), a parlamentar diz que sua atuação se diferencia por priorizar temas como proteção à infância, transparência, educação e empreendedorismo. Ela defende uma abordagem mais prática e voltada a resultados, em contraste com disputas de natureza ideológica.
Apesar da alta aprovação do governo Ibaneis Rocha (MDB), que registra 62% na mesma pesquisa, Paula Belmonte adota um tom crítico em relação a áreas como saúde, assistência social e mobilidade urbana. Segundo a deputada, em sete anos de gestão, faltaram obras estruturantes, especialmente no transporte público, como no caso do metrô, que continua com estrutura precária.
Eleita pela primeira vez em 2018, com 46.069 votos, Paula integrou diversas frentes parlamentares durante seu mandato na Câmara Federal, incluindo a Frente Parlamentar Evangélica (FPE), a Agropecuária (FPA), a Ambientalista e a Frente Contra a Legalização do Aborto. Foi vice-presidente da CPI do BNDES, onde apresentou um voto em separado pedindo o indiciamento de ex-presidentes da República. Também participou ativamente das discussões sobre a Reforma Tributária, cobrando celeridade na entrega do relatório final em 2020.
Em entrevista ao Jornal Opção Entorno, a deputada reforça sua postura de independência política, destacando que não integra nem a base e nem a oposição ao atual governo.
Paulo Henrique Magdalena – Deputada, a senhora aparece com 7,6% das intenções de voto na pesquisa do Instituto Paraná. Como avalia esse desempenho inicial e quais estratégias pretende adotar para ampliar sua base de apoio no DF?
Paula Belmonte – Ainda temos bastante tempo até o período eleitoral e acredito que esse resultado, que recebo com muita serenidade, reflete, sobretudo, o reconhecimento do trabalho que venho realizando ao longo dos meus mandatos como deputada federal, de 2019 a 2022, e deputada distrital, de 2023 até agora. Tenho escutado a população, dialogado com diferentes setores da sociedade e construído uma atuação firme, porém equilibrada, voltada para a melhoria da qualidade de vida no Distrito Federal.
Um projeto majoritário se constrói com diálogo, união e apoio coletivo. Não pode ser fruto de uma decisão isolada. O que posso afirmar, com responsabilidade, é que meu nome está à disposição do Distrito Federal.
Vou continuar fazendo o que já tenho feito: ouvindo as pessoas nas regiões administrativas, fortalecendo pontes e buscando alianças que compartilhem da visão de um DF mais justo, eficiente e humano. Tudo isso com responsabilidade e sem pressa, respeitando o tempo certo das decisões políticas.

Paulo Henrique Magdalena – A senhora se apresenta como uma alternativa equilibrada, sem recair no extremismo. Como pretende se diferenciar de nomes como Celina Leão, que lidera a pesquisa, e de políticos tradicionais como Izalci Lucas?
Paula Belmonte – Acredito que o povo está cansado de extremos e busca equilíbrio, resultados concretos e compromisso verdadeiro com as pessoas. Minha trajetória tem sido marcada por uma atuação responsável, ética e com foco em áreas sensíveis, como a proteção à infância, a transparência, a educação e o empreendedorismo.
Respeito os demais nomes, mas creio que a população anseia por renovação na política. Aqui, reafirmo o meu desejo de colocar as necessidades do povo acima de disputas partidárias ou ideológicas. Quero representar essa parcela do eleitorado que acredita em mudança com equilíbrio e que sabe que é possível governar com firmeza, mas também com sensibilidade.
Paulo Henrique Magdalena – A pesquisa também mostra uma aprovação de 62% ao governo Ibaneis Rocha. Como a senhora avalia essa gestão e o quanto pretende se posicionar como continuidade ou alternativa a ela?
Paula Belmonte – Aqui, na Câmara Legislativa, sou independente. E não tenho qualquer ligação com governos. Não sou base, nem oposição. Consigo reconhecer os avanços que a gestão Ibaneis trouxe, mas sei bem o que tenho visto por onde ando, principalmente nas áreas de saúde; social, em que falta muita sensibilidade; e mobilidade urbana. Em sete anos de governo, não vimos uma obra importante na área de mobilidade. O metrô, por exemplo, está em situação precária e só agora falam em estender uma linha, mas uma ponta pequena, em Samambaia. É preciso fazer muito mais pelo povo. Acredito muito que novos caminhos devem ser trilhados.
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