A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) multou em R$ 37,5 milhões a empresa Ouro Verde, responsável pelo lixão de Padre Bernardo. A penalidade foi aplicada após a primeira etapa da apuração dos danos causados pelo desmoronamento de uma pilha de lixo, ocorrido no dia 18 de junho.

No local, técnicos da Semad trabalham para ampliar a estrutura de resposta ao desastre. Estão sendo contratadas mais máquinas para atuar na remoção dos 42 mil metros cúbicos de resíduos que desabaram. Parte dos equipamentos já foi cedida pela Prefeitura de Padre Bernardo, que também colabora com a abertura de acessos à área afetada.

A Semad também mantém o monitoramento da qualidade da água do Córrego Santa Bárbara e do Rio do Sal, ambos atingidos pela contaminação. O uso da água foi proibido, e a prefeitura tem abastecido as famílias da região com galões de 20 litros e caminhões-pipa. Novas coletas de amostras estão sendo realizadas por técnicos do Estado para análise dos impactos da poluição.

Nesta terça-feira (1º), teve início a transposição da água do Córrego Santa Bárbara, diretamente afetado pelo lixo. Uma motobomba com capacidade para 50 mil litros por hora foi instalada para captar a água antes da área contaminada e devolvê-la após o trecho impactado. A operação visa reduzir o risco de contaminação.

O equipamento foi cedido pela própria Ouro Verde, mas a instalação, em um local de difícil acesso, foi feita por servidores da Semad, do ICMBio e da prefeitura, que utilizaram técnicas de rapel para descer a motobomba até a grota.

Enquanto isso, tratores contratados pela prefeitura, após a decretação de estado de emergência, trabalham na abertura de uma estrada ao lado da pilha de lixo que desabou. A terra retirada está sendo utilizada na construção de uma barragem, com o objetivo de evitar que novos deslizamentos levem mais resíduos ou chorume para o córrego.

Uma segunda motobomba, com capacidade três vezes maior, está a caminho para reforçar a transposição da água. A expectativa é, futuramente, construir um desvio definitivo do córrego para fora da área afetada.

Atualmente, cerca de 25 pessoas atuam na região, entre servidores públicos e operadores da empresa. No entanto, até o momento, não há técnicos da Ouro Verde com habilitação ambiental presentes no local.