A reforma e ampliação do Centro Municipal de Educação Infantil Professora Ivanilza Oliveira da Silva, no Parque Marajó, em Valparaíso de Goiás, permanece sem conclusão. A obra, iniciada com recursos do FUNDEB, soma um investimento de R$ 3.226.571,76 e tinha previsão de entrega para julho de 2024. No entanto, após quase quatro anos, apenas a parte dos fundos foi concluída, enquanto a área da frente da escola segue apenas no esqueleto estrutural, em um cenário de verdadeiro abandono.

Segundo informações, metade das crianças está estudando em um prédio alugado na rua em frente à creche. Cerca de 200 alunos foram divididos em dois turnos no espaço provisório. Já a outra parte das crianças permanece nos fundos da unidade, que foi a única área entregue da reforma, onde hoje funciona o refeitório.

Ainda conforme relatos, as merendeiras precisam levar as refeições até o prédio alugado passando por um trajeto descoberto, enfrentando sol e chuva, utilizando um carrinho improvisado para transportar o lanche.

O cenário da frente da escola é de um verdadeiro abandono, com ferros soltos e paredes correndo risco de cair. Foto: Graciliano Cândido/ Jornal Opção

Nossa equipe esteve na creche e constatou que a obra principal está parada. O que era aguardado pelos moradores para melhorar a ventilação das salas e diminuir o calor nas dependências da escola, permanece sem avanço. “O local é quente, não tem ar condicionado, nem ventilador, e as crianças sofrem no período do calor”, afirmou uma mãe que levava a filha para as aulas do turno vespertino.

Outra mãe que preferiu não se identificar destacou a sua indignação. “O anexo da creche é insalubre, as crianças não têm espaço para parquinho, salas super quentes, alunos passando mal por conta do calor, e em dias de chuva, chove mais dentro das salas do que fora, já vi muitas vezes professores tirando alunos dentro das salas por conta das goteiras”, detalha.

Questionada, a Prefeitura de Valparaíso de Goiás informou, em nota, que a obra está temporariamente paralisada devido à rescisão do contrato com a empresa responsável. A C3 Engenharia, contratada pelo Fundo Municipal de Educação, pediu a rescisão alegando limitações relacionadas à planilha contratual de 2022. O contrato foi encerrado em comum acordo no dia 13 de outubro de 2025.

O anexo, funciona em um prédio alugado, com estrutura precária e sem ventilação para cerca de 200 crianças. Foto: Graciliano Cândido/ Jornal Opção

A Secretaria Municipal de Educação afirmou que um novo processo licitatório já está em andamento para contratação de outra empresa, e que a previsão de conclusão será divulgada assim que houver novo contrato.

A administração municipal reforçou que mantém compromisso com a transparência e com a comunidade do Parque Marajó, garantindo que a unidade será concluída e entregue de forma adequada.

Entramos em contato com a C3 Engenharia, empresa responsável pelo contrato que foi rescindido, mas até o fechamento desta reportagem não obtivemos retorno. O espaço segue aberto para manifestação.