A decisão do ministro Alexandre de Moraes destaca que Bolsonaro teria demonstrado intenção de fugir durante a confusão que poderia ser causada pela manifestação convocada por seu filho, Flávio Bolsonaro. Segundo o texto, essa mobilização criaria aglomeração em frente à casa do ex-presidente e dificultaria o cumprimento de uma ordem de prisão, além de abrir espaço para uma possível fuga.

A Suprema Corte foi informada da violação da tornozeleira eletrônica às 0h08 do dia 22 de novembro. O Centro de Integração de Monitoramento Integrado comunicou que o equipamento usado por Bolsonaro havia sido violado, e o documento afirma que ele tentou romper o dispositivo.

As medidas que Bolsonaro precisava seguir estavam definidas desde 17 de julho. Entre elas estavam o uso da tornozeleira eletrônica, o recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 6h em dias úteis e de forma integral em fins de semana, feriados e folgas, e a proibição de sair da comarca. O ministro também havia proibido contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e outros réus da ação que investiga a trama golpista. Além disso, Bolsonaro estava impedido de usar redes sociais, seja diretamente ou por meio de terceiros.

O documento de Moraes relembra ainda que vigílias em locais públicos já tinham sido usadas em outra ocasião, e que uma nova aglomeração poderia repetir o mesmo padrão, aumentando riscos tanto para Bolsonaro quanto para outras pessoas.

A Polícia Federal cumpriu a ordem de prisão na manhã deste sábado, na casa do ex-presidente em Brasília. A prisão, que é preventiva, foi solicitada pela PF e autorizada por Moraes. O ministro orientou que o procedimento fosse feito sem algemas e sem exposição pública. Bolsonaro foi levado para a Superintendência da PF, onde passou por exames de criminalística. A prisão preventiva não tem prazo definido e permanece sob decisão do ministro.