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Operação da Polícia Federal apreendeu drogas, armas e veículos de luxo; esquema movimentou R$ 89 milhões.
Mudança tira responsabilidade do Exército e promete mais fiscalização, transparência e segurança no registro de armas de fogo.
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (10), a Operação Mitrídates, com o objetivo de combater o contrabando de agrotóxicos altamente perigosos e proibidos no Brasil. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Goiás e no Distrito Federal.
As investigações começaram em agosto do ano passado, após duas pessoas serem presas em flagrante transportando cerca de 400 quilos de agrotóxicos vindos da China — substâncias proibidas por oferecerem sérios riscos à saúde humana e ao meio ambiente.
De acordo com a Polícia Federal, os produtos estavam sendo utilizados por produtores rurais para combater pragas com mais rapidez, mas, em contrapartida, provocavam contaminação do solo, dos alimentos e dos rios, causando inclusive a morte de animais aquáticos. Só nesta nova fase da operação, foram apreendidos 250 litros de agrotóxicos proibidos.
O delegado responsável pela investigação explicou como tudo começou. “No final de agosto de 2024, a Polícia Federal, junto com a Polícia Militar, conseguiu apreender 400 quilos de agrotóxicos ilegais. A partir dessa prisão em flagrante, foi possível identificar toda a cadeia criminosa: importadores, transportadores, quem guardava e quem comprava os produtos”, disse o delegado Mário Sérgio Ribeiro de Oliveira.
Segundo ele, os produtos tinham uma concentração muito acima do permitido no Brasil, o que representava grande risco à população. “Não se trata de um crime pequeno. Esses agrotóxicos, apesar de ajudarem no combate às pragas, contaminam a terra, os alimentos e causam doenças nas pessoas. Já foi comprovado que isso também está ligado à morte de animais”, explicou o delegado.
Ainda segundo a Polícia Federal, os mandados em Goiás foram cumpridos em Goiânia, em um condomínio de luxo, e na cidade de Anápolis. No Distrito Federal, a operação ocorreu em Águas Claras. "Durante a ação, apreendemos aproximadamente 250 litros de agrotóxicos de origem estrangeira, possivelmente adulterados. A investigação vai continuar e o inquérito será enviado à Justiça em até 60 dias”, afirmou o delegado.
Com o material recolhido e os celulares apreendidos, a PF espera identificar outras pessoas envolvidas no esquema criminoso. “Calculamos que só na primeira apreensão o grupo movimentou cerca de R$ 350 mil. Mas há indícios de que eles tenham negociado até 5 mil quilos de agrotóxicos em menos de um mês”, concluiu o delegado.
A operação recebeu o nome de Mitrídates, em referência a um antigo rei grego que tomava pequenas doses de veneno para tentar se tornar imune — uma analogia à tentativa de produtores de usarem agrotóxicos potentes para combater pragas, mesmo colocando a saúde de todos em risco.
Ao todo, a operação cumpre 211 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão em 13 estados e no Distrito Federal
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