Recursos da Lei Paulo Gustavo já beneficiam diversos projetos culturais no Entorno

Aprovada em julho de 2022 por meio da Lei Complementar nº 195/2022 e regulamentada em maio de 2023, a Lei Paulo Gustavo (LPG) foi criada para minimizar os impactos da pandemia de Covid-19 no setor cultural, prevendo o repasse de R$ 3,86 bilhões para a execução de ações e projetos culturais em todo o território nacional. O Ministério da Cultura, responsável pela análise das propostas e liberação dos recursos, destinou ao Estado de Goiás e 230 municípios do ente federativo R$ 131,4 milhões. As cidades do Entorno, por exemplo, foram beneficiadas com R$ 10,74 milhões e, graças a essa verba, vários projetos culturais da região puderam ser viabilizados.

Em Cristalina, cujo repasse foi de cerca de R$ 555 mil, a secretária municipal de Cultura, Luciana Passos, explica como é feito esse processo de incentivo à cultura local. “A primeira etapa é a inscrição e apresentação dos documentos, seguindo os trâmites exigidos em edital. Depois, o projeto passa para a fase de habilitação, a fim de ter acesso ao valor correspondente à categoria em que está inscrito”, resume. E acrescenta: “Estamos com uma verba remanescente e futuramente nós iremos lançar novos editais da Lei Paulo Gustavo”.

Um dos projetos contemplados em 2023 é o do cineasta Sandro da Rocha, que criou o Curso Livre de Cinema Digital gratuito em Cristalina, voltada à formação audiovisual, do roteiro à distribuição. “Nossa escola tem dois meses de funcionamento. Os alunos estudam duas vezes por semana, à noite, e as aulas ficam gravadas na plataforma”, informa. “Ao final de 90 dias de curso, a gente coloca em prática tudo o que foi aprendido e produz um curta-metragem”.

Os interessados em participar da iniciativa, podem entrar em contato pelo WhatsApp: (61) 99955-9443, ou se dirigir ao endereço: Rua Minas Gerais 1188, Centro, atrás da Águia Ambiental.

“Por Trás da Cortina”

O município de Formosa, por sua vez, recebeu em torno de R$ 1 milhão pela LPG. Segundo a secretária municipal de Cultura, Pâmella Miranda, na primeira fase do edital, em 2023, foram contemplados 60 projetos e, com o valor remanescente, foram abertas novas inscrições este ano, as quais terminaram no último dia 15. “O município é o elo entre o Governo Federal e os fazedores de cultura, que recebem a verba”, explica a secretária.

Uma das iniciativas beneficiadas na cidade pelos recursos da lei é a da cantora Tâmara Dilly, cujo nome artístico é Tam Cantora. A intérprete está gravando uma web série em cinco episódios, com o tema “Por Trás da Cortina”. “A ideia é exibir o trabalho de cinco músicos, desde os bastidores até a apresentação de cada um deles”, afirma.

Todos os cinco selecionados para a web série são de Formosa e participam de forma gratuita do projeto. “No Instagram, abri uma caixa de perguntas sobre quais artistas as pessoas gostariam de conhecer melhor o trabalho. O público citou vários nomes de estilos diversos, como sertanejo, MPB e pagode. Foram escolhidos os mais votados”, esclarece.

A estreia da web série está prevista para maio. Ao final do projeto, os participantes vão receber as fotos com a mídia do estúdio.

Compartilhando saberes

Em Alexânia, cidade contemplada com um pouco mais de R$ 270 mil pela LPG, a Casa Buriti, um ateliê de artes bastante tradicional no distrito de Olhos d’Água, participou de um dos editais que foram divulgados pela Secretaria de Cultura de Goiás e obteve o financiamento para o projeto “Casa Buriti: Inclusão, Criatividade e Saberes Compartilhados”. “O edital que fomos contemplados é o de Dinamização de Empresas e Espaços Culturais”, informa a produtora Carol Abad.

A fundadora do ateliê e da Cia. Os Buriti Teatro de Dança, Eliana Carneiro, responsável pela coordenação pedagógica e artística do projeto, esclarece que os recursos da LPG serão utilizados para oferecer diversas oficinas inclusivas gratuitas para crianças e adultos, as quais serão iniciadas em 7 de maio próximo. “É importante para nós ter todos os tipos de pessoas. A presidente da Apae está conosco, pois o foco principal é a inclusão”, esclarece.

Segundo Eliana Carneiro, mais de 60 pessoas ministrarão as atividades. “Elas compartilharão seus saberes, desenvolvendo temas, materiais e artes. Será uma experiência muito rica para os participantes”, prevê.

Uma das oficinas é a de Contação de Histórias, a ser realizada nas quintas-feiras, das 18h30 às 19h30, e cujo público-alvo são educadores e mulheres do distrito de Olhos d’Água. “Vamos trabalhar a narração de histórias, usando variadas linguagens. Iremos ouvir mulheres da comunidade, que têm uma trajetória bem longa, de vida e de artesanato, e entrar em contato com essa memória de Olhos d’Água”, detalha.

Outras oficinas do projeto são a de “Podcast para Adolescentes”, às terças, das 14h às 15h30; de “Dança, Expressão Artística e Criação Multimídia”, às quintas, das 8h30 às 10h; e a de “Artes e Inclusão para Crianças”, às sextas, das 14h às 16h.

A finalização do projeto será coroada com uma mostra cultural programada para dezembro, que trará os resultados de diversos processos artísticos desenvolvidos pelos participantes ao longo das atividades.

Para obter mais informações ou fazer inscrições para participar das oficinas, basta entrar em contato pelo e-mail [email protected], ou pelo WhatsApp: (61) 99811-7081.