Dezoito dias após o início da operação para remover o lixo que desmoronou sobre o córrego Santa Bárbara, em Padre Bernardo (GO), cerca de 20% da massa de 42 mil metros cúbicos já foi retirada, segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

De acordo com a pasta, mais de 560 viagens de caminhão já foram realizadas. O material está sendo depositado temporariamente em uma célula dentro do próprio terreno da empresa responsável. Uma segunda célula, que também receberá parte dos resíduos, está em processo de impermeabilização — metade do trabalho já foi concluída.

O prazo para conclusão da remoção é 15 de setembro, conforme Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado em 11 de julho. O documento determina que a limpeza seja finalizada antes do período chuvoso. A Semad afirma que, mantido o ritmo atual, a meta será cumprida e que todas as ações previstas no TAC estão dentro do cronograma.

Ainda no local, uma sexta lagoa de chorume está sendo escavada para reduzir a sobrecarga das outras cinco já existentes. Após a escavação, a estrutura também passará por impermeabilização.

Contaminação na água

Amostras coletadas entre 26 de junho e 3 de julho por um laboratório contratado pela empresa apontaram contaminação no córrego Santa Bárbara. As análises foram feitas em três pontos: um antes da área atingida e dois após o local do desmoronamento.

Os testes identificaram presença de benzeno acima do limite estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que é de 0,005 mg/L. No primeiro ponto após a área afetada, os valores variaram de 1 a 7 mg/L. No segundo ponto, oscilaram entre 1 e 3,1 mg/L — também acima do permitido.

O manganês também ultrapassou o valor máximo permitido (0,1 mg/L) no primeiro ponto a jusante, chegando a 2,098 mg/L em uma das coletas. No segundo ponto, entretanto, o índice ficou dentro do limite.

O benzeno é uma substância altamente tóxica encontrada em resíduos industriais, combustíveis e tintas. Já o manganês pode estar presente em pilhas, baterias e alguns tipos de rejeitos industriais. Ambos representam risco à saúde humana e ao meio ambiente.

Outros parâmetros que ficaram fora dos padrões do Conama foram fenóis, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes termotolerantes e oxigênio dissolvido.

A Semad também realiza monitoramento próprio. Em 1º de agosto, amostras coletadas pela pasta indicaram fósforo total e demanda bioquímica de oxigênio acima do permitido no córrego Santa Bárbara. Já no rio do Sal, para onde o córrego deságua, os resultados ficaram dentro dos limites.