A discussão sobre a reforma tributária tem gerado muitos debates e várias dúvidas quanto à possibilidade do aumento de impostos. Se por um lado, alguns dizem que os tributos vão aumentar, outros apontam que serão reduzidos, principalmente entre os mais vulneráveis. Mas, afinal, como pode ficar a situação no país após essas alterações tributárias?

Segundo o economista André Luís Braga, entrevistado pelo Jornal Opção, haverá redução de impostos, principalmente nos itens básicos. “Essa reforma possui alterações naquilo que podemos mais básico, com os produtos que compõe a cesta básica, como o arroz branco. Já os artigos apontados como supérfluos seguem sem redução de preço”, aponta.

Conforme o economista, essa alteração beneficia as pessoas de todas as classes sociais, já que todas consomem itens básicos. No entanto, a redução desses impostos causa mais impactos na população mais carente. “Para o rico, isso não fará muita diferença, mesmo ele sendo beneficiado”, afirma. No entanto, isso aumenta o poder de consumo do pobre.

Ao mesmo tempo, o especialista também ressaltou a importância da reforma tributária naquilo que era o seu objetivo: a simplificação de impostos. Segundo Braga, essa redução de burocracia disfuncional ajuda a população na hora de pagar os tributos. Fora o sistema de cashback, com objetivo de devolver parte dos impostos que os mais pobres pagaram.

Por exemplo, a medida pode beneficiar as famílias inscritas no Cadastro Único de programas sociais (CadÚnico) em até meio salário mínimo (R$ 706) mensal. Estão previstos para serem inclusos os itens: botijão de gás, contas de luz, água e esgoto, fora itens de supermercado. A estimativa é de que 73 milhões de pessoas sejam beneficiadas.

Por fim, Braga também ressalta que essas mudanças ainda precisam ser concretizadas, lembrando que o projeto foi aprovado no final do passado pela Câmara dos Deputados. Agora o texto de regulamentação deve ser analisado em agosto pelo Senado Federal.

Simplificação de impostos

O principal ponto da Reforma Tributária foi a substituição de cinco impostos diferentes (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) por outros três. No caso, os tributos seriam o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo. A ideia é simplificar o Código Tributário Nacional. (Fabrício Vera)

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