Operação busca punir responsáveis por queimadas na Chapada dos Veadeiros

07 outubro 2025 às 09h35

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A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) iniciou nesta segunda-feira (6) uma operação para responsabilizar pessoas que, por ação ou omissão, provocaram os incêndios que atingem a vegetação nativa da Chapada dos Veadeiros, no Entorno do DF.
Segundo a pasta, as queimadas já devastaram 28,8 mil hectares em Niquelândia, 43,6 mil em Cavalcante e 532 em Alto Paraíso, totalizando aproximadamente 73 mil hectares destruídos.
A operação conta com apoio do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil e demais órgãos que integram o Comitê Estadual de Gestão de Incêndios Florestais (Cegif), criado em maio deste ano.
Ação em campo e uso de tecnologia
A equipe iniciou os trabalhos em Niquelândia nesta segunda (6). Na terça (7), segue para Cavalcante; na quarta (8), para Alto Paraíso de Goiás; e encerra na quinta (9), em Flores de Goiás.
Os fiscais utilizam imagens de satélite que indicam onde os focos de incêndio começaram. Com base nesses dados, o grupo realiza vistorias em campo para confirmar ou descartar as suspeitas.
A legislação prevê multas de R$ 3 mil a R$ 50 milhões e penas de até oito anos de prisão para quem for considerado responsável pelas queimadas.
A Semad informou que atua desde o início das queimadas. Bombeiros militares lotados nos parques estaduais Águas do Paraíso e Pirenópolis, além da Estação Ecológica de Nova Roma, foram deslocados para reforçar o combate. A secretaria também fornece apoio logístico e equipamentos.
Critérios para responsabilização
A operação prevê dois tipos de responsabilização: por ação (comissiva) e por omissão.
Nos casos de ação direta, a culpa pode ser comprovada se houver:
- fogo iniciado dentro de área de propriedade privada;
- acesso restrito ou exclusivo à área afetada;
- reincidência de incêndios em pastagens;
- uso da terra para atividades agropecuárias após o fogo;
- ausência de autorização de queima;
- danos restritos à vegetação, sem atingir estruturas como cercas ou currais.
Já nos casos de omissão, a responsabilização ocorre quando for constatada:
- falta de aceiros no entorno da área queimada;
- ausência de ações preventivas;
- não comunicação do incêndio ao Corpo de Bombeiros;
- ausência de tentativa de controle com os meios disponíveis;
- faíscas de maquinários em operação que resultem em fogo.