Pela primeira vez desde sua inauguração, há quase 65 anos, a rodoviária deixa de ser gerida diretamente pelo poder público e passa à iniciativa privada. “As primeiras melhorias que a população vai perceber são a recuperação das escadas rolantes, elevadores e o aumento na segurança e organização do terminal”, destacou o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves.

Antes mesmo de assumir integralmente a administração, o consórcio já vinha atuando de forma compartilhada com o Governo do Distrito Federal (GDF) nos últimos três meses. Nesse período, diversas mudanças começaram a ser implementadas, como a criação de uma sala multissensorial para acolher pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) e outras condições que dificultam a permanência em ambientes muito cheios. O espaço, projetado para oferecer conforto e bem-estar, será aberto ao público nos próximos dias.

Outro avanço importante é a instalação de uma moderna sala de controle, com câmeras espalhadas por toda a rodoviária. As imagens são monitoradas em tempo real com o apoio da Secretaria de Segurança Pública, o que deve contribuir para a rápida identificação de pessoas procuradas pela Justiça. “A rodoviária será mais segura e eficiente, do jeito que a capital do país precisa e a população merece”, completou o secretário.

O cronograma prevê que, em até seis anos, toda a modernização esteja concluída. Nos dois primeiros anos, R$ 7 milhões serão destinados a melhorias nos estacionamentos e sistemas operacionais. Na etapa seguinte, mais de R$ 100 milhões devem ser aplicados na reforma completa da estrutura, incluindo a instalação de uma nova estação do BRT.

A concessionária também modernizará os estacionamentos próximos ao Conjunto Nacional e ao Conic, que passarão a contar com vagas rotativas. Além disso, a empresa repassará ao governo uma parte da receita obtida com aluguéis, publicidade e outros serviços durante os 20 anos de concessão.

Com essas mudanças, a expectativa é de que a rodoviária se torne mais moderna, segura e confortável para os mais de 500 mil que passam pelo local diariamente.

O que muda:

  • O consórcio pode cobrar por publicidades na rodoviária e pelo aluguel de lojas e quiosques;
  • Empresas de ônibus pagam uma “taxa de acostamento” para o consórcio, ou seja, para cada parada que um ônibus fizer na rodoviária para embarque e desembarque, é cobrado das empresas de R$ 2 a R$ 14;
  • Todos os estacionamentos públicos da região em volta da rodoviária serão afetados. São 2, 9 mil vagas que deixam de ser gratuitas e passam a ser rotativas;
  • As áreas de estacionamento superior e inferior podem ser exploradas comercialmente pelo preço de R$ 5 a hora;
  • 12,33% do faturamento bruto do consórcio deve ser repassado para o GDF.