Polícia indicia radialista após áudio que cita prefeita em caso de religação de energia em Formosa
20 novembro 2025 às 09h27

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A Polícia Civil finalizou a investigação que apurou um áudio atribuído ao radialista Fábio José de Souza Rodrigues, conhecido como Fábio Júnior, que tratava da religação da energia do CMEI Luiz Alberto Maguito Vilela, em Formosa. O procedimento começou após registro feito no dia 22 de setembro de 2025.
Segundo a ocorrência, a prefeita Simone Dias Ribeiro de Melo (UB) relatou ter visto o áudio circulando em grupos de WhatsApp, no qual o radialista afirmava que ela teria ordenado a religação da energia da creche mesmo com faturas em atraso.
De acordo com documentos enviados pela Equatorial ao inquérito, o corte de energia ocorreu no dia 18 de setembro por falta de pagamento de três contas. A concessionária informou que a religação foi feita de forma excepcional ainda no mesmo dia, por determinação interna da Gerente e da Superintendente Regional. Os pagamentos foram efetuados nos dias 19, 20 e 24 de setembro, e o encerramento do procedimento ocorreu no sistema no dia 26.
Outro detalhe informado pela companhia é que a energia foi religada pela própria Equatorial, de forma regular.
Durante o interrogatório, Fábio Júnior confirmou ser o autor do áudio e disse ter se baseado em vídeos do vereador Ciê do Sacolão (UB), em declarações da prefeita e em informações que relatou ter recebido de uma gerente da concessionária. Ele afirmou ter levantado questionamentos sobre quem teria realizado a religação e disse acreditar que a ação ocorreu no dia seguinte ao vídeo gravado pela prefeita.
O inquérito também registrou o depoimento de uma servidora da creche, que relatou que o CMEI ficou sem energia e que as aulas foram suspensas até o restabelecimento do serviço. Ela disse ter recebido, na noite do dia 18, uma mensagem da prefeita informando que havia acionado a Equatorial.
A Polícia concluiu que a informação divulgada no áudio divergia dos documentos da concessionária, que apontam que a religação foi feita pela própria empresa, sem participação de servidores municipais. Com isso, a autoridade responsável promoveu o indiciamento do radialista pelo crime de calúnia majorada. O caso foi encaminhado ao Poder Judiciário para análise pelo Ministério Público.
Em nota ao Jornal Opção Entorno, a Prefeitura afirmou, em nota, que a acusação divulgada no áudio é falsa e que os documentos da Equatorial confirmam que a religação foi realizada internamente pela concessionária, antes do pagamento das faturas. A gestão declarou que não houve envolvimento de servidores municipais e manifestou repúdio ao que considera interpretações distorcidas.
A defesa de Fábio Júnior disse considerar injusta a acusação de calúnia sob a ótica técnico-jurídica. Segundo o advogado, o jornalista atuou no exercício da liberdade de imprensa.
Em nota, a Equatorial Energia informou que o fornecimento no CMEI está normalizado desde 18 de setembro. Declarou que o corte e a religação seguiram os prazos previstos e que não houve irregularidade por parte da distribuidora. A concessionária reforçou que a religação foi realizada de forma regular pela própria equipe e destacou a necessidade de atualização cadastral, citando que há um consultor exclusivo para atendimento ao órgão municipal.
