Uma mãe denunciou sucessivos episódios de agressões sofridas pelo filho de um ano e meio dentro de uma creche particular em Cidade Ocidental, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a família, a criança foi mordida diversas vezes por colegas de turma, sem que a escola adotasse providências efetivas.

O caso foi levado à Polícia Civil, ao Conselho Municipal de Educação e ao Ministério Público de Goiás. De acordo com boletim de ocorrência registrado em 18 de julho, a mãe relata que foi buscar o filho na creche quando foi informada, pela diretora da unidade, que outra criança havia mordido o rosto do menino. Segundo ela, esse não foi um caso isolado. “Só neste mês, já é a segunda vez que ele chega machucado. E, em maio, foram cinco episódios diferentes de mordidas”, afirmou.

“Resolvi falar”

Cansada da situação e preocupada com a segurança da criança, a mãe decidiu tornar o caso público. “Não foi só um episódio. Foram vários. Depois de tantas pequenas agressões, resolvi falar. Não só para buscar justiça, mas para que outras mães e pais não passem pelo que estamos passando”, desabafou.

Segundo ela, a situação mais grave ocorreu no dia 18 de julho. “Ele foi mordido no rosto várias vezes. Isso foi o estopim. Descobri que o local nem tem licença para funcionar. Fui ao Conselho Municipal de Educação registrar a denúncia, e me informaram que a creche está em fase de regularização.”

A mãe também afirmou que a instituição deixou de responder mensagens enviadas por aplicativo. “A escola nada tem feito. Os responsáveis até pararam de me comunicar quando o fato ocorria. Pediram desculpas, disseram que já tinham conversado com a família da criança que mordeu, mas que não podiam fazer mais do que isso.”

Denúncia no Ministério Público

No dia 21 de julho de 2025, o caso também foi formalizado junto ao Ministério Público de Goiás. No documento entregue à Promotoria de Justiça, a mãe relata que o filho começou a apresentar hematomas e mordidas desde abril. Ela afirma que questionou os responsáveis pela creche, mas ouviu que os casos seriam “normais” e “coisa de criança”.

Diante da situação, ela pediu providências para garantir a segurança das crianças atendidas pela unidade e solicitou a apuração da legalidade do funcionamento da creche.

O que diz a creche

Em nota divulgada em 21 de julho, a direção da creche Yep Educação confirmou o episódio e afirmou que está “acompanhando de forma atenta e responsável” o caso. A instituição classificou a situação como “atípica” e informou que ela foi conduzida com “cuidado, técnica e sensibilidade”.

A direção declarou que todas as medidas internas foram adotadas, incluindo acolhimento às famílias e registro do ocorrido. Ainda segundo a creche, a equipe é composta por profissionais qualificados, como psicóloga, nutricionista, equipe pedagógica e professores, em número adequado conforme a legislação.

“Ressaltamos que situações como essa, embora indesejadas, podem ocorrer em ambientes escolares, especialmente na primeira infância, onde o processo de socialização ainda está em formação”, diz o comunicado.

A creche afirmou seguir as diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e alertou que a exposição pública de menores pode representar “risco emocional e jurídico”.

Por fim, a instituição se colocou à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos e agradeceu às famílias pela confiança. A nota, no entanto, não comentou diretamente a informação de que o local está em fase de regularização.

O caso será analisado pelos órgãos competentes. Até o momento, a creche segue funcionando normalmente.