Lula e Trump se reúnem na Malásia e discutem tarifas comerciais
26 outubro 2025 às 12h30

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Durante uma breve conversa com jornalistas, Donald Trump afirmou ser “uma honra” se encontrar com Luiz Inácio Lula da Silva e disse acreditar que os dois países poderão chegar a “bons acordos”. “Nós vamos discutir tarifas. Nós sabemos o que cada um quer”, declarou o republicano. Questionado sobre Jair Bolsonaro, Trump disse “se sentir mal” pela situação enfrentada pelo ex-presidente brasileiro, mas evitou comentar se o tema faria parte da conversa com Lula.
O encontro entre Lula e Trump aconteceu na tarde deste domingo (26/10), em Kuala Lumpur, na Malásia. A reunião começou às 15h30 no horário local (4h30 em Brasília) e durou cerca de 45 minutos. Foi o primeiro encontro entre os dois desde uma breve conversa durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, em Nova York, e ocorreu em meio à tensão gerada pela decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e aplicar sanções a autoridades do país por causa do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas”, afirmou Lula.
Após a reunião, o chanceler Mauro Vieira classificou o diálogo como “muito positivo” e em tom “descontraído”. Segundo ele, Brasil e Estados Unidos concordaram em iniciar, ainda neste domingo, um processo de negociação para rever o chamado “tarifaço”.
Lula destacou que a pauta do encontro foi “extensa” e ressaltou que não há motivos para desavenças entre Brasil e Estados Unidos. Segundo o presidente, o diálogo é essencial para restaurar a confiança mútua e avançar em temas comerciais e ambientais.
Um dos pontos que o Brasil levou à negociação foi o tema das terras raras, minerais essenciais para setores como tecnologia e defesa. O Brasil é o segundo país com as maiores reservas desses materiais, que estão no centro de uma disputa comercial entre Estados Unidos e China, líder mundial em reservas e produção.
Essenciais para fabricar desde baterias até mísseis de alta precisão, as terras raras têm “um poder de alavancagem geopolítica”, segundo Gilberto Fernandes de Sá, fundador do Laboratório de Terras Raras da Universidade Federal de Pernambuco.
