Arruda confirma candidatura ao governo do DF e cita nomes para compor a chapa
04 novembro 2025 às 18h47

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O ex-governador José Roberto Arruda confirmou, em entrevista exclusiva, que vai disputar novamente o governo do Distrito Federal e anunciou sua filiação ao PSD. Arruda afirmou que está “totalmente elegível” e adiantou que já iniciou conversas com lideranças políticas para formar sua chapa, incluindo nomes como Alberto Fraga, Izalci Lucas, Bia Kicis, Paula Belmonte, Capelli, Gim Argello, Ronaldo Fonseca e André Kubitschek. Eu converso com todo mundo, sou do diálogo. A política é a arte do diálogo. Eu não gosto de construir muro, eu gosto de construir ponte”, afirmou o ex-governador.
Arruda também ressaltou que o Entorno do DF será uma das prioridades de sua campanha. Ele lembrou que foi o autor da Lei da Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno (RIDE), criada quando era senador, e afirmou que pretende dobrar os investimentos na região caso volte ao cargo.
“Brasília só pode ter boa qualidade de vida se as cidades do Entorno também tiverem. A RIDE foi uma lei da minha autoria exatamente para que o governo de Brasília possa investir nessas cidades na área da saúde, do transporte, para ter uma boa qualidade de vida”, disse.
Entre os projetos citados, Arruda destacou a intenção de expandir o metrô de Brasília para o Entorno, alcançando Águas Lindas de Goiás, Valparaíso de Goiás e Luziânia. O ex-governador afirmou que a medida é essencial para melhorar a mobilidade de milhares de trabalhadores que se deslocam diariamente até o Distrito Federal.
“Sem dúvida, o metrô precisa chegar a Águas Lindas e Valparaíso. As cidades do Entorno cresceram junto com Brasília. Cuidar dos moradores dessas cidades é uma questão de responsabilidade e sobrevivência para o DF”, afirmou.
Durante a conversa, Arruda destacou que não conta com estrutura pública ou recursos milionários para a campanha, e que sua força virá da experiência e da disposição de caminhar pelas cidades. “Eu não tenho máquina pública, não tenho cargo para dar, não tenho dinheiro, não sou rico. Minha sola de sapato é minha garganta e minha vontade”, declarou.
O ex-governador também comentou sobre seu retorno ao cenário político após 15 anos fora da vida pública. “Passarinho na muda não canta”, brincou, ao se referir ao período de silêncio antes da decisão judicial que o tornou novamente apto a disputar eleições.
Arruda disse ainda que está animado com o desempenho nas pesquisas, nas quais aparece tecnicamente empatado com a atual governadora Celina Leão (PP). “Vou continuar andando, ouvindo as pessoas e sabendo o que elas desejam de mim”, afirmou.
Segundo Arruda, sua trajetória e experiência serão os principais trunfos na disputa. “Quem já fez antes pode fazer melhor”, concluiu.
Arruda critica a atual situação da cidade
O ex-governador José Roberto Arruda afirmou em entrevista ao Podcast 7 por 7 que sonha com “uma Brasília melhor”, onde o cidadão que depende do serviço público de saúde “consiga chegar a um posto e encontrar médico, ou a um hospital e ser bem atendido, como era na nossa época”. Ele criticou o atual estado da saúde pública do Distrito Federal, que classificou como “um caos”, e relembrou o período em que governou o DF, quando, segundo ele, 2.300 obras estavam em andamento simultaneamente. “As obras eram numeradas, não era conversa fiada não, cada placa tinha o número da obra. O mais importante é cuidar das pessoas que precisam”, afirmou.
Arruda também destacou ações na área da segurança, mencionando o programa “Cosme e Damião” da Polícia Militar, com policiamento preventivo e ostensivo, que, segundo ele, “dava muito certo”. “Brasília tinha 18 mil policiais, hoje tem apenas 9 mil. Brasília tinha segurança”, comparou. O ex-governador lamentou o aumento da insegurança e da população em situação de rua, dizendo que “a cidade virou uma bagunça” e “não é essa Brasília que nós sonhamos”. Segundo ele, nos últimos 15 anos, nenhum novo hospital foi construído. “O último entregue por mim foi o Hospital de Santa Maria, logo depois do de Ceilândia, que tivemos a honra de colocar para funcionar”, lembrou. Arruda concluiu dizendo que é por ver “a cidade necessitada de cuidados” que decidiu voltar à política, para “dar a devida atenção e cuidado que Brasília e os brasilienses merecem”.
