Bastidores

Há cerca de dois meses, o Jornal Opção Entorno noticiou o vazamento de áudios compartilhados pela prefeita de Formosa, Simone Ribeiro (UB), nos quais ela relatava ameaças e difamações sofridas no início de sua gestão. Em entrevista concedida neste fim de semana, a chefe do Executivo afirmou que a situação foi controlada e que os trabalhos seguem a todo vapor em benefício da população.

Levantamento do instituto Paraná Pesquisas mostra que, na circunstância, um deputado federal representa risco para pré-candidatos a governador e senador (menos para Michelle Bolsonaro).

Com apenas 28 anos e em seu primeiro mandato na Câmara Municipal, o vereador Saulo Alves (PSD) vem se consolidando como uma das lideranças políticas em ascensão em Luziânia.

Levantamento, feito entre maio e junho, mostra a ressurreição do ex-governador José Roberto Arruda, expõe fragilidade da esquerda e deixa a pergunta: qual será o candidato do bolsonarismo?
Se a eleição para governador do Distrito Federal fosse realizada hoje, terça-feira, 10 de junho de 2025, haveria segundo turno, de acordo com pesquisa (estimulada) de intenção de voto do instituto Paraná Pesquisas. Vale o registro de que a disputa eleitoral se dará em outubro de 2026, daqui a 1 ano, três meses e alguns dias.
A vice-governadora Celina Leão (pP) — que assumirá o governo daqui a nove meses e alguns dias, em abril de 2026 — aparece em primeiro lugar, com 31,1%.

O segundo colocado é o deputado Fred Linhares (Republicanos), com 21,5%.
O ex-governador José Roberto Arruda (PL) aparece com 15,3%.
Leandro Grass (PV) — provável candidato apoiado pelo PT do presidente Lula da Silva — é o quarto colocado, com 8,4%.
Paula Belmonte (Cidadania) é a quinta colocada, com 4,3%.
Ricardo Capelli (PSB) aparece em sexto lugar, com 4,1%.
Em sétimo lugar, com 3%, surge Eduardo Pedrosa (União Brasil). Não sabem/não opinaram são 4,4%. Nenhum/branco/nulos: 7,9%.

Segundo e terceiro cenários do DF
Com margem de erro de 2,6 pontos percentuais, a pesquisa do instituto Paraná ouviu 1.522 eleitores, entre 31 de maio de 4 de junho de 2025.
No segundo cenário estimulado, Fred Linhares aparece com índices melhores: Celina Leão: 34,4%; Fred Linhares: 26%; Leandro Grass: 8,9%; Izalci Lucas: 7,2%; Paula Belmonte: 5,3%; Ricardo Capelli: 5,1%.
Terceiro cenário estimulado: Celina Leão: 42,8%; Izalci Lucas: 9,9%; Leandro Grass: 9,8%; Eduardo Pedrosa: 6,7%; Paula Belmonte: 6,3%; Ricardo Capelli: 5,5%.

Análise do quadro: qual é o candidato do bolsonarismo?
A força de Celina Leão, por aparecer em primeiro lugar, está comprovada. Mas não se trata de uma frente confortável, dada a força do segundo colocado, Fred Linhares. Ressalva: o processo eleitoral, dada a força da máquina, passará pela postulante do PP.
Ao contrário de Celina Leão, Fred Linhares mal é citado como pré-candidato a governador pelos jornais. Por isso, ao aparecer com mais de 20%, mostra força. Vale lembrar que a senadora Damares Alves é filiada ao Republicanos, o partido do pré-candidato a governador.
A pesquisa deixa evidente que, ao menos no momento, a disputa está se dando no quadro da direita.
A surpresa é José Roberto Arruda, de centro-direita. A pergunta sobre o ex-governador é sempre a mesma: desta vez, poderá ser candidato? Se for, com 15,3%, não começa mal.

Porém, o dado mais relevante sobre Arruda é o fato de pertencer ao PL do presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Afinal, o PL bancará candidato a governador em Brasília? Se bancar, isto significa que não apoiará Celina Leão, que, até o momento, é apontada como a candidata do bolsonarismo.
Pelo visto, a disputa será nos quadros de candidatos bolsonaristas. Mas qual será o bolsonarista apoiado por Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Damares Alves? A tendência é que o candidato do bolsonarismo, o oficial, seja o mais forte.
A esquerda, com Leandro Grass e Ricardo Capelli, não aparece bem. Mas, ao contrário do bolsonarismo, o time da esquerda não entrou em campo. Ricardo Capelli, por exemplo, pode ser candidato a senador.
Vale ressaltar que as eleições no Distrito Federal são, por assim dizer, uma caixinha de surpresas. Quem diria, há alguns anos, que Ibaneis Rocha, do MDB, se tornaria governador do DF — eleito e reeleito? (E.F.B.)

Na manhã desta segunda-feira (12), o vice-governador Daniel Vilela (MDB), no exercício do cargo de governador, participou do lançamento do sistema de saneamento de água em Luziânia. A agenda ocorreu após sua presença no programa Goiás Social, em Santo Antônio do Descoberto. Em seguida, Vilela seguiu para compromissos em Goiânia.

Os prefeitos do Partido Liberal são liderados em Goiás pelo governador Ronaldo Caiado e pelo vice-governador Daniel Vilela. Então, não precisam se desfiliar

O realismo político sugere que Jair Bolsonaro banque um vice para Ronaldo Caiado e mantenha Tarcísio de Freitas na disputa pela reeleição em São Paulo

O prefeito do município é cotado para ser vice de Daniel Vilela em 2026 na disputa pelo governo de Goiás

Por ter dirigido a associação dos municípios do Entorno, o ex-prefeito de Valparaíso conhece todos os prefeitos e problemas da região

O quadro político do Distrito Federal é dos mais curiosos, com uma direita forte tanto para governador quanto para senador e com uma esquerda fraca, desmobilizada.
Ricardo Capelli: o nome da esquerda?
Há quem postule na esquerda que o candidato ideal a governador para enfrentar a direita é Ricardo Cappelli, que, além de assessor de Flavio Dino, quando ministro da Justiça, foi interventor no Distrito Federal, em 2023. Saiu bem avaliado por sua firmeza.
Recentemente, para sentir de perto as agruras dos pobres, Ricardo Capelli decidiu mudar-se, por alguns dias, para a maior favela do país, a Sol Nascente, que fica no Distrito Federal. Ele disse que iria viver como os pobres, sem automóvel e pegando ônibus.
O que Ricardo Capelli realmente quer? Fala-se que pode disputar mandato de deputado federal ou de senador. Entretanto, por não ter um candidato consistente, o PT pode apoiá-lo.
Ricardo Capelli, embora de esquerda, tem um discurso afiado sobre segurança pública, o que pode agradar o eleitorado conservador de Brasília.
Brasília é a capital das surpresas políticas — e o governador Ibaneis Rocha, do MDB, é uma delas. Não era político — se tornou milionário como advogado — e foi eleito e reeleito governador. O mesmo pode ocorrer com Ricardo Capelli? Há quem acredite que sim.
Leandro Grass: ligação com Lula da Silva

A esquerda tem outra opção, o presidente do Iphan, Leandro Grass, do Partido Verde. O presidente Lula da Silva (PT) tem apreço pelo jovem político e, por isso, pode apoiá-lo para governador.
Há quem postule, porém, que, ante a força da direita em Brasília, Leandro Grass pode acabar disputando mandato de deputado federal. Em 2022, ele teve uma votação razoável para governador, e sem contar com 10% da estrutura de Ibaneis Rocha, conhecido, nos bastidores, como Sir Money.
Celina Leão: uma das apostas da direita

Não há favas contadas em política, mas é ou mais ou menos consensual de que, ao assumir o governo, em abril de 2026, a vice-governadora Celina Leão, do pP, se tornará candidata natural a governadora.
A força de Celina Leão vai derivar de ter assumido o governo. Ibaneis Rocha tende a apoiá-la. Assim como o bolsonarismo.
Como a direita tem vários nomes no DF, há a possibilidade de outros nomes entrarem na disputa pelo governo.
Damares Alves: tencionando com Ibaneis e Celina
A senadora Damares Alves, do Republicanos, é cotada para disputar o governo. Sua chapa teria a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) como candidata a senadora.

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem certa desconfiança em relação a Ibaneis Rocha, por não considerá-lo da direita radical — um bolsonarista afirma que, apesar de criticar o governo do presidente Lula da Silva, eventualmente o governador costuma “passa pano” para a esquerda —, mas pode acabar apoiando-o. Desde que Ibaneis Rocha (com Celina Leão) construa a estrutura adequada — política e financeira — para alavancar a candidatura de Michelle Bolsonaro ao Senado.
Atribui-se a Jair Bolsonaro o fato de Damares Alves ter aparecido como “pré-candidata” a governadora. Seria uma forma de tencionar com Ibaneis Rocha, mas sem necessariamente descartá-lo.
Izalci Lucas: possível candidato do PL

No caminho de Celina Leão há uma pedra, não se sabe se irremovível, chamada Izalci Lucas. O senador, filiado ao PL de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, sonha com a disputa para o governo. Até por considerar a vice-governadora uma candidata sem muita consistência eleitoral.
O engenheiro José Roberto Arruda está dizendo aos amigos e aliados que não planeja disputar o governo. O ex-governador poderá apoiar José Humberto Pires de Araújo, o Pezão, um dos secretários mais influentes da gestão de Ibaneis Rocha.

Há quem postule que, na verdade, Pezão é uma espécie de primeiro-ministro do Distrito Federal. Ele é quem efetivamente opera a máquina pública na capital. Mas, politicamente, depende da força e da estrutura de Ibaneis.
Comenta-se que o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, está de olho grande em Brasília. Por isso, poderá lançar um candidato na capital, sobretudo para demarcar posição e fortalecer o partido localmente para disputas futuras.
Filiada ao Cidadania, Paula Belmonte estaria sendo sondada pelo União Brasil para disputar o governo. Mas há quem aposte que ela será candidata a deputada federal.

A deputada federal Bia Kicis, do PL, sonha com uma vaga no Senado. Gostaria de ser parceira de Michelle Bolsonaro na disputa. A pedra no seu caminho é Ibaneis Rocha.
Um jornalista de Brasília disse ao Jornal Opção que qualquer avaliação do quadro político de Brasília tem de levar em consideração a força do eleitorado evangélico e a força da direita política. (Euler de França Belém — E-mail: [email protected])
Leia também: