“Fogo amigo” na disputa pelo poder: candidatos da posição contra candidatos da posição
Paulo Henrique Magdalena
18 julho 2024 às 12h58
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Em um cenário onde a estratégia é fundamental, essas mudanças refletem não apenas a busca pelo poder, mas também a necessidade de adaptação e sobrevivência em um ambiente político dinâmico. A habilidade de prever os movimentos dos adversários e reagir de forma inteligente é o que distingue os líderes políticos bem-sucedidos.
Em Valparaíso de Goiás, a hoje deputada federal Lêda Borges (PSDB), em 2016, apoiou o atual prefeito Pábio Mossoró (MDB) nas eleições daquele ano, quando ele se elegeu pela primeira vez, substituindo a prefeita Lucimar Nascimento (PT). Já em 2020, devido ao jogo político, ambos concorreram à chefia do Executivo, resultando na vitória de Mossoró.
Agora, nas eleições de 2024, Mossoró apoia seu ex-secretário de Obras e ex-aliado de Lêda, Marcus Vinícius (MDB). Já a deputada federal deverá apoiar o vereador Zé Antônio (PL), que, mesmo sendo outrora do mesmo partido do prefeito de Valparaíso, tornou-se um dos opositores mais ferrenhos. Em novembro de 2023, quando fazia parte do governo, Zé Antônio deixou o cargo de secretário de Assistência Social e Cidadania para retornar à Câmara Municipal.
Marcus Vinícius, que aparece bem cotado para ser o próximo chefe do Executivo, fala sobre o que espera para o próximo pleito. “Pensando na deputada federal Lêda Borges, é comum ela querer disputar eleições a cada dois anos, o que impede o crescimento de seu grupo. Eu, como morador de Valparaíso, acredito que ela deveria apoiar alguém do grupo e focar em seu papel como deputada. Espero que ela apoie o Zé Antônio, pois confio nas pessoas da cidade que defendem uma posição sólida para Valparaíso. No final, queremos ter Lêda Borges como deputada federal e Zeli (UB) como deputada estadual defendendo os interesses da cidade”.
Dinamismo e composições de chapa
Em Alexânia, a dúvida que pairou sobre o pleito era quem receberia o apoio do atual prefeito de Alexânia, Allysson Silva Lima, do PP. A disputa ficou entre o atual vice, Matheus da Silva Ramos, do União Brasil, e o vereador da base, Mateus Henrique Cardoso, também do PP. Em sua conta do Instagram, Allysson declarou apoio ao Mateus sem H.
Para Mateus Henrique, a política é algo dinâmico. “Na política, as coisas podem mudar do dia para a noite, e eu ainda não desisti de contar com o apoio dele, assim como dos outros pré-candidatos para a minha futura candidatura”, disse ele, deixando aberta a possibilidade de composição de uma nova chapa. “O Matheus é uma pessoa honesta, um jovem como eu, que com certeza acrescentará muito, assim como os outros pré-candidatos. Não o vejo como um adversário, mas sim como um amigo e, como toda amizade, nossa relação é pautada em muito respeito. Caso estejamos em lados opostos nessa eleição, tenho certeza de que a nossa disputa será de muito respeito e de valorização do que já foi feito pelo prefeito Allysson nesses sete anos e meio de mandato”, finalizou.
Divergências e dissidências políticas
O cientista político e diretor da Dominium Relações Governamentais, Leandro Gabiati, explica que essa dinâmica do jogo político não é ideal. “Obviamente, não é o ideal, mas, ao mesmo tempo, é um fato que acontece, não só aqui no Entorno do DF, mas em diversos outros municípios. Governar não é uma tarefa fácil, ou seja, coordenar equipes é desafiador. Nesta ação, atores políticos dentro do próprio governo começam a ter divergências”, explica Gabiati.
Para ele, isso faz parte do exercício de governar. Portanto, não é anormal que alguém que integrava um governo apresente um novo projeto político. Ele complementou: “Ou seja, na democracia, as divergências e as dissidências existem, então não é anormal e está dentro do possível que isso aconteça em casos específicos”.
O vereador Zé Antônio, de Valparaíso, e o vice-prefeito de Alexânia foram procurados, mas não retornaram à reportagem do Jornal Opção Entorno até o fechamento desta edição.
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