Programa “Mulheres Mil” capacita mulheres em municípios do Entorno

02 julho 2024 às 14h05

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Os cursos serão ofertados no período de agosto deste ano até o final de 2025. Somam-se às vagas da nova chamada, mais 46 mil oportunidades, que estão disponíveis na Rede Federal e nas redes estaduais, fruto da pactuação de 2023. A parceria dos governos federal e estadual oferta a capacitação profissional para custodiadas e mulheres em vulnerabilidade social.
A Diretoria-Geral da Polícia Penal (DGPP) e a Secretaria de Educação de Goiás (Seduc) estão participando do programa e promovem a segunda chance e a reinserção no mercado de trabalho para mulheres custodiadas. São oferecidos cursos de manicure e pedicure, maquiadora, artesã em bordado à mão e confecção de lingerie e moda praia para as unidades femininas de Luziânia, Orizona, Israelândia, Barro Alto, Formosa e Serranópolis.
Em Inhumas, as reeducandas já estão fazendo os cursos de maquiadora e assistente de costura. As capacitações terão duração de 160 horas e haverá a disponibilização de insumos, materiais pedagógicos e uma ajuda de custo para cada estudante. “O programa tem o objetivo de promover a formação profissional articulada com aumento de escolaridade de mulheres em situação de vulnerabilidade social. Para isso, atua no sentido de garantir o acesso à educação a essa parcela da população conforme as necessidades educacionais de cada comunidade e a vocação econômica das regiões”, explica Aldemis Barbosa, responsável pelo programa na DGPP.

Para Aldemis, esta é uma oportunidade para que as egressas aprendam uma profissão em alta no mercado de trabalho. “A iniciativa visa o acesso, a permanência e o êxito das atendidas, além de contribuir para o fortalecimento de sua autoestima e seu êxito pedagógico e profissional. No caso das mulheres privadas de liberdade, é um fator preponderante para sua reinserção social e para a construção de uma nova perspectiva de vida”, afirma.

Segundo a gerente de Educação, Módulo de Respeito e Patronato da DGPP, Michelle Cabral, o Governo de Goiás vem expandindo consideravelmente as atividades educacionais no âmbito dos presídios. “Os cursos oferecem noções de empreendedorismo, despertando nas participantes o desenvolvimento pessoal, análise crítica e o pensamento criativo, além de melhorar a capacidade de expressão linguística”, enfatiza.
Reinserção no mercado de trabalho
Conforme a Secretaria de Educação de Goiás, as oficinas de formação são feitas a partir da metodologia de acesso, permanência e êxito. “O objetivo é que essa mulher em situação de vulnerabilidade acesse o programa e permaneça, que ela não desista, conclua com êxito pedagógico e seja inserida no mercado de trabalho”, diz a coordenadora de Execução da Política da Educação Profissional da Seduc, Telma Rodrigues.
Atualmente, o programa atende a três grupos de mulheres no estado: quilombolas, privadas de liberdade e organizadas em associações. “Hoje, nesse novo ciclo, nós estamos entrando com 12 turmas em vários municípios do Entorno. As inscrições foram feitas previamente com a comunidade, então não temos novas vagas. Agora, com relação às custodiadas, foi feita uma seleção pela Secretaria de Segurança Pública”, informa a coordenadora.

Telma reforça que o projeto tem levado formação para todas as pessoas de maneira ampla e acessível. “Por exemplo, em Abadia, nós estamos dentro do Quilombo. Acabamos de formar uma turma de costureiras profissionais que aprenderam sobre como costurar com overloque e máquina reta. Saliento, ainda, que em parceria com a prefeitura municipal, nós buscamos oferecer atendimento psicológico para mulheres que estão passando por algum tipo de violência doméstica ou com algum problema de saúde. Nosso objetivo é encaminhar essas mulheres para pessoas especializadas que possam ajudá-las”, finaliza.