Projeto social oferece aulas gratuitas de jiu‑jitsu a crianças e adolescentes no Entorno do DF

30 junho 2025 às 15h00

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Há quase nove anos, um projeto social instalado na Primeira Igreja Batista do Jardim Ingá transforma a rotina de crianças e jovens do Entorno do Distrito Federal por meio do jiu‑jitsu. Totalmente gratuito, o programa atende mais de 60 alunos — entre 7 e 18 anos — de segunda a sexta-feira, com treinos que unem preparo físico, momento de reflexão bíblica e ação comunitária.
“Nosso objetivo é oferecer novas perspectivas de vida por meio do esporte”, resume Camila Licurgo Guedes Moreira, idealizadora da iniciativa em 2016. Para Camila, o projeto vai além do tatame: “Não pregamos religião, mas compartilhamos a Palavra. Queremos tirar as crianças das ruas, do ócio e do universo das telas, que tanto afasta os jovens hoje em dia.”
As aulas têm início sempre às 19h. A turma Kids comporta os alunos de 7 a 11 anos; já os adolescentes integram o grupo juvenil. No mês passado, foi criada ainda uma turma feminina, voltada a meninas a partir de 12 anos. “Muitas famílias não teriam condições de comprar um kimono, por isso contamos com doações e o apoio da igreja para equipar todos os alunos”, destaca Camila.
Para a aluna Samara Miranda, de 15 anos, a experiência mudou completamente sua autoestima. “Quando entrei, me sentia frágil e insegura. Hoje vejo o jiu‑jitsu como uma terapia: aprendi a me defender, ganhei confiança e passei a encarar a vida com mais leveza.”

O projeto conta com o suporte técnico da equipe Gracie Barra de Cidade Ocidental e do professor Alain Andrade, faixa‑preta com mais de 30 anos de estrada. A bicampeã brasileira Val Fernandes também colabora com treinamentos e demonstrações. Os treinos são conduzidos por voluntários da igreja, incluindo dois faixas‑marrons prestes a alcançar a faixa‑preta e a própria Camila, agora faixa‑azul com três graus.
“É um trabalho de fé, dedicação e amor à comunidade”, conclui Camila. “Ver cada um dos nossos alunos crescer, no tatame e na vida, é a maior recompensa.”