A campanha “Junho Vermelho” acontece desde 2015, como uma forma de incentivar os brasileiros a adotar a cultura solidária da doação regular e espontânea de sangue. Porém, com a queda de 20% no número de doações nos últimos anos, tem sido necessário mobilizar a população, como aconteceu em março de 2021, com a campanha denominada “Meu Sangue Brasileiro”, cujo objetivo era aumentar o número de doadores voluntários e manter os estoques de sangue dos hemocentros sempre abastecidos.

Segundo o prefeito de Planaltina, Cristiomário Medeiros (PP), a cidade já está preparada para receber o mês com ações e campanhas. “Durante todo esse mês nós vamos fazer rodas de conversas e campanhas nos nossos postos e unidades de saúde, para orientar as pessoas a doar sangue, principalmente. Dia 22 vamos fazer um mutirão para levar algumas pessoas que queiram doar sangue em Formosa, porque lá tem um hemocentro”, explica o prefeito, lembrando que é um gesto simples, que salva até quatro vidas em apenas uma doação. “Também vamos mudar as cores da nossa árvore da saúde, que fica na Praça Central, para laranja e vermelho”, acrescentou.

Cristiomário Medeiros: “Durante todo esse mês nós vamos fazer rodas de conversas e campanhas nos nossos postos e unidades de saúde, para orientar as pessoas a doar sangue”

Levando informação a todos

O secretário municipal de Saúde de Luziânia, Glênio Magrini, enfatizou a necessidade de mobilizar a população. “Os pacientes com câncer hematológico estão entre eles aqueles que têm leucemia aguda, e são os que mais necessitam de transfusões. Olhando esse contexto, a doação de sangue se mostra um ato essencial para salvar a vida dessas pessoas”, alerta Glênio. “A região do Entorno Sul não possui hemocentro para doação de sangue; contudo, Luziânia fará neste mês a conscientização da campanha em todas as unidades básicas de saúde, com o intuito de levar informação a todos. Luziânia, além da rede de laboratório clínico para diagnóstico de anemia, conta ainda com apoio de um banco de sangue credenciado, o qual possibilita intervenções imediatas nas condições hematológicas”, conclui o secretário municipal.

Diego Sorgatto: “A prevenção e o diagnóstico precoce são as armas que temos contra a leucemia”

Para o prefeito de Luziânia, Diego Sorgatto (UB), a divulgação sobre o tratamento é fundamental. “Sabemos da importância do diagnóstico precoce da doença, que se não tratada a tempo, pode levar à morte. Por isso, faremos campanhas nesse sentido em nossas redes sociais e demais meios de comunicação, alertando para os sinais que podem ser observados antes do diagnóstico. Também vamos estimular as consultas de rotina; afinal é por meio delas que se constata precocemente a doença. A prevenção e o diagnóstico precoce são as armas que temos contra a leucemia, por isso, dispensaremos todos os esforços para informar e conscientizar a população luzianiense sobre a importância dos cuidados com a saúde”, divulgou o prefeito.

Diagnóstico precoce salva-vidas

Os sinais e sintomas da anemia variam conforme a intensidade do comprometimento de cada paciente e da doença que está por trás de cada caso. “Em geral, uma pessoa anêmica pode apresentar um conjunto de sintomas que refletem a baixa quantidade disponível de glóbulos vermelhos na circulação sanguínea, configurando a chamada síndrome anêmica: fadiga, falta de ar aos esforços ou em repouso, palpitações, claudicação, sonolência e confusão mental. A hemoglobinopatia mais conhecida é a doença falciforme, que possui a anemia como o principal sinal da doença”, descreve o secretário de Saúde de Novo Gama, Júlio Campos.

“É importante reforçar e destacar que a anemia é apenas um sinal de que existe uma doença e que, portanto, necessita de uma investigação da causa que resultou na anemia. A leucemia é o câncer mais frequente em crianças e um dos mais comuns no mundo, com uma estimativa de cerca de 11,5 mil novos casos de leucemia no Brasil. Caracteriza-se como uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente de origem exata desconhecida. Ela pode ser classificada em relação à velocidade de evolução (aguda ou crônica) e pelo tipo celular predominantemente afetado”, esclarece Júlio.

Júlio Campos: “É importante reforçar e destacar que a anemia é apenas um sinal de que existe uma doença”

As secretarias municipais de Saúde, por meio das diversas unidades de saúde da Atenção Primária, têm disponibilizado consultas e exames à população assistida, visando fechar diagnóstico e proporcionar à população uma melhor qualidade de vida. “Após a confirmação diagnóstica, diversas modalidades terapêuticas podem ser empregadas segundo os aspectos clínicos do paciente (idade, presença de outras doenças, capacidade de tolerar a terapia) e do subtipo da leucemia. O transplante de medula óssea não está indicado em todos os casos, mas pode ser necessário, bem como a quimioterapia, imunoterapia, entre outros”, relata o secretário.

Os transplantes de medula, no entanto, não são feitos nos hospitais da região do Entorno. Segundo Júlio Campos, os pacientes são enviados ao Hospital Araújo Jorge e ao Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi, ambos em Goiânia. Ele alerta, ainda, sobre os sintomas da leucemia, para que as pessoas fiquem atentas aos sinais. “O acúmulo de células defeituosas e o funcionamento inadequado da medula óssea podem levar a sintomas muito variados conforme o tipo e evolução da doença. Em geral, pode-se observar sintomas semelhantes à síndrome anêmica. “Mas há um comprometimento mais evidente relativo à redução dos glóbulos brancos, levando a uma maior suscetibilidade a infecções frequentes, com febre, gânglios linfáticos inchados (ínguas), perda de peso sem motivo aparente, desconforto abdominal – geralmente pelo aumento do baço e fígado –, além de dores nos ossos e nas articulações, entre outros”, explica.

As orientações preventivas podem ser fundamentais para evitar a morte ou a necessidade de um transplante de medula óssea, procedimento delicado, e depende da boa ação de voluntários doadores. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram que, entre 2019 e 2023, as leucemias foram responsáveis por 1.097 mortes, com 350 apenas no ano passado.

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