Estão envolvidos na ação, além do ISAS, o Instituto Terra e Saúde, a Associação Quilombo Kalunga (AQK), Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Odontoprev, ONG Water is Life, Laboratório de Química Atmosférica (LQA) da PUC-Rio e Secretaria de Saúde de Cavalcante. “Nosso foco é levar saúde especializada e projetos de sustentabilidade a comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas”, informa o presidente do ISAS, Felipe Martins.

Segundo ele, a união de instituições, sejam elas do terceiro setor, públicas ou empresas – que doaram medicamentos e kits de higiene bucal – tornou possível a realização do projeto em Cavalcante. “É um trabalho que estamos fazendo pela primeira vez nessa região e a nossa ideia é realizá-lo de forma mais constante ao longo dos próximos anos”, prevê.

Acesso a médicos especialistas

Exames como ultrassonografia estão sendo realizados durante o mutirão (Foto: Carol Brenck)

A estimativa é que cerca de 800 pessoas sejam atendidas até quinta-feira, quando finaliza o mutirão, cujo objetivo é suprir demandas urgentes das comunidades quilombolas por consultas médicas em áreas como pediatria, saúde da mulher e cardiologia, além de atendimento odontológico.

O presidente do ISAS esclarece que os pacientes abarcados pela ação vivem uma realidade em que, muitas vezes, precisam se deslocar a longas distâncias para conseguir algum atendimento especializado ou exames, tendo menos acesso a cuidados médicos. Soma-se ao transtorno de ordem logística, a situação de vulnerabilidade de várias dessas famílias quilombolas da Chapada dos Veadeiros. “Estamos, aqui, disponibilizando médicos especialistas e exames, como ultrassonografia e eletrocardiograma. É uma forma, portanto, de aliviarmos a fila de espera por consultas e procedimentos”, pontua.

Durante a ação, comunidades quilombolas têm acesso rápido a consultas em áreas como a pediatria (Foto: Carol Brenck)

Análise do solo, água e ar

Paralelamente à atuação de profissionais da medicina e da odontologia, a iniciativa também inclui a análise da qualidade do solo, água e ar por uma pesquisadora do LQA da PUC-Rio. “A ideia é que possamos entender os tipos de poluição existentes na região e de que forma estão afetando a saúde da população local”, explica Felipe Martins.

De forma colaborativa, somando forças com a PUC-Rio, a ONG Water is Life, por sua vez, está fazendo um levantamento acerca do acesso das comunidades quilombolas à água potável. Além disso, a entidade doou filtros de nanotecnologia, para possibilitar às famílias do território e às equipes de saúde água apropriada para consumo.

Por fim, estão sendo, ainda, construídas hortas comunitárias em escolas do Quilombo Kalunga, por meio do projeto Empreendedorismo Rural Agrofamiliar (ERA), da Conafer, que tem como um dos objetivos fornecer insumos para os restaurantes que atendem o turismo de base comunitária da região, promovendo a alimentação saudável e o fortalecimento da economia local. “Serão duas hortas nas comunidades que formos atender, para auxiliar na parte de subsistência alimentar e promover educação ambiental entre as crianças”, finaliza Martins.

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