A adolescente Bárbara Fernanda Torres Lisboa, de 15 anos, morreu após complicações de saúde associadas ao uso de cigarro eletrônico, também conhecido como vape. O caso acende um alerta sobre os riscos desse produto, que tem se popularizado entre os jovens, apesar da aparência inofensiva.

Segundo o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF), a paciente foi diagnosticada com pneumonia comunitária, infecção por Influenza A e lesão pulmonar associada ao uso de dispositivos de vape. Ela foi inicialmente internada no Hospital Cidade do Sol (HSOL), após ser transferida da UTI do Hospital Materno Infantil de Brasília, onde já recebia cuidados intensivos.

Apesar dos esforços da equipe médica, que incluíram tratamento com antibióticos, corticoides e fisioterapia para reabilitação pulmonar, o quadro clínico se agravou. Diante da piora e da necessidade de atendimento especializado, a adolescente foi transferida para o Hospital Universitário de Brasília (HUB), referência em pneumologia.

No HUB, Bárbara foi atendida pela equipe de clínica médica, mas, com o agravamento do estado de saúde, precisou ser encaminhada à UTI. Como a unidade estava com lotação máxima, ela foi transferida para o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), onde infelizmente faleceu.

A escola onde Bárbara estudava divulgou nota de pesar e se solidarizou com a família e os amigos. O velório e o sepultamento ocorreram no Cemitério de Águas Lindas e foram marcados por grande comoção entre colegas e professores.

O caso reforça os alertas das autoridades de saúde sobre os perigos do cigarro eletrônico. Embora muitos acreditem que o vape seja menos prejudicial que o cigarro tradicional, especialistas alertam que ele também contém nicotina — substância altamente viciante que afeta diretamente o cérebro e o coração. Além disso, o vapor inalado pode conter compostos tóxicos capazes de provocar doenças respiratórias graves, como bronquite e lesões pulmonares.

Outro fator preocupante é a falta de fiscalização na produção e comercialização desses produtos, frequentemente vendidos de forma irregular, sem controle de qualidade, o que aumenta o risco de contaminação por substâncias nocivas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lembra que, desde 2009, a venda, importação e propaganda de qualquer tipo de dispositivo eletrônico para fumar estão proibidas no Brasil. Mesmo assim, o uso desses produtos continua crescendo, principalmente entre os adolescentes.

A Anvisa orienta que a melhor decisão é evitar o uso de cigarros eletrônicos. Para quem já faz uso e deseja parar, o ideal é buscar orientação médica. A saúde deve estar sempre em primeiro lugar.