A redução do lixo urbano é uma questão preocupante, uma vez que somente 3% dos resíduos sólidos produzidos nas cidades brasileiras são reciclados atualmente. Muito embora 1/3 de todo o lixo produzido tenha potencial reciclável, ainda assim, o pequeno volume de reaproveitamento geralmente é viabilizado pelo esforço de catadores e suas cooperativas, que atuam quase sempre sem apoio do poder público e sem o treinamento adequado da população para a separação do lixo.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o último relatório da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), destaca que as cidades brasileiras geraram só em 2018 (data do relatório) cerca de 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), cuja coleta chegou a 92% desse total, equivalente a pouco mais de 72 milhões de toneladas, das quais apenas 43,3 milhões de toneladas, 59,5% do coletado, foram dispostas em aterros sanitários. O montante de 29,5 milhões de toneladas de resíduos (40,5% do total coletado), foi despejado inadequadamente em lixões ou aterros controlados. Além disso, cerca de 6,3 milhões de toneladas geradas anualmente continuam sendo coletadas e depositadas sem controle. 

No Brasil, falta uma gestão integrada quanto ao descarte de resíduos (Foto: Divulgação)

Em países que já resolveram o problema dos RSU, incineradores e biodigestores são tecnologias bastante comuns. No Brasil, no entanto, dada à falta de uma gestão unificada, muito embora as tecnologias necessárias para o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estejam disponíveis, os custos e a falta de uma maior integração na gestão são alguns dos maiores problemas apontados para a não solução deste imbróglio.

Coleta seletiva

O diagnóstico dos resíduos sólidos de Águas Lindas de Goiás permitiu que se conhecesse as características e as quantidades dos resíduos gerados, além da responsabilidade por sua gestão e os sujeitos sociais envolvidos na cadeia produtiva na qual se dá a geração e a destinação dos mesmos. Segundo a classificação dada pela PNRS, existem 11 tipos de resíduos, o qual o estudo feito pela prefeitura levou em consideração para análise.

A municipalidade propõe uma gestão participativa e integrada que busque soluções sinérgicas no que diz respeito à coleta seletiva, seus benefícios e resultados. A ideia é que a partir de decisões, planos e ações aconteça a institucionalização da coleta seletiva em todo o município. 

Mauro Santos: “Temos um aterro sanitário pronto para operar” (Foto: Divulgação)

Segundo o secretário Municipal de Meio Ambiente de Águas Lindas, Mauro Pedro Correa dos Santos, a prefeitura está acompanhando de perto a desativação e encerramento dos lixões previstos na Política Nacional de Resíduos Sólidos. “Hoje temos no município um aterro sanitário licenciado pelo estado e pronto para operar. Recentemente foi produzida uma minuta de revisão do Plano de Gerenciamento de Resíduos, visando proporcionar a gestão correta. Essa revisão aborda ações que se comparam com as cidades referência na gestão de resíduos”, finaliza.