A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) decidiu dar um novo fôlego à empresa Ouro Verde, responsável pela gestão do lixão de Padre Bernardo (GO). Agora, a companhia terá até 30 de setembro de 2025 para concluir as medidas emergenciais previstas em Termo de Ajuste de Conduta (TAC), após descumprir o prazo inicial, encerrado em 15 de setembro.

A prorrogação foi concedida em razão da proximidade do período chuvoso e do risco de novos desmoronamentos de resíduos sobre o córrego Santa Bárbara. Até o início de setembro, a Ouro Verde havia retirado 36,7 mil m³ de lixo – cerca de 87% do total estimado de 42 mil m³. Ainda restam 13% a serem removidos.

Segundo a Semad, a empresa apresentou ritmo de trabalho consistente, mas precisa manter a intensidade para evitar colapso da estrutura.

Laudos, planos e pressão

Apesar dos avanços, os técnicos destacam que ainda há pontos críticos, especialmente na grota, onde a retirada dos resíduos exige laudo técnico específico assinado por profissional habilitado. Além disso, a Ouro Verde terá que entregar:

  • um cronograma atualizado de remoção, detalhando metas semanais e frota disponível;
  • um plano de estabilização do maciço, com ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), para reduzir os riscos de novos deslizamentos;
  • um plano operacional completo da célula emergencial que recebe o lixo, incluindo impermeabilização, drenagem e métodos de compactação.

Chorume sem destino

Outro problema grave apontado pela Semad é o acúmulo de chorume. O TAC previa a construção de uma sexta lagoa para armazenar o líquido, mas a empresa ainda não apresentou cronograma definitivo para a obra. Além disso, permanece a obrigação de esvaziar as cinco lagoas já existentes, que seguem cheias.

Para os técnicos, o fato de o chorume continuar sendo apenas armazenado, sem solução definitiva, é um dos pontos mais críticos da operação.