O LIDE promoveu, em Brasília, um encontro com o tema Mulheres Líderes. O evento contou com a presença da senadora Soraya Thronicke, da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e do presidente do LIDE, Paulo Octávio.

Durante sua fala, Celina Leão destacou a segurança pública como uma pauta que afeta diretamente as mulheres. Segundo ela, “a segurança pública é um tema de toda a sociedade, principalmente das mulheres. É um tema que realmente incomoda as mulheres, porque são mães, têm filhos e dependem de uma segurança pública para transitar”.

A vice-governadora defendeu cooperação entre estados e governo federal no combate ao crime organizado. “Não podemos politizar esse tema. A Polícia Federal tem prerrogativas que precisam ser mantidas. A cooperação entre governos é o mais adequado para que a população tenha resultados”, afirmou.

Celina também comentou sobre a participação feminina na política. Ela lembrou a regra que determina que 30% do fundo partidário seja destinado às candidaturas de mulheres, o que, segundo ela, ampliou o número de eleitas. “A mulher precisa de oportunidade. É preciso investir na formação e na liderança, não apenas chamá-las no período de eleição”, comentou.

Dados do governo federal, de novembro deste ano, mostra a desigualdade salarial no país. De acordo com o 4º Relatório de Transparência Salarial, elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, as mulheres recebem, em média, 21,2% menos que os homens em empresas com 100 ou mais funcionários. O estudo aponta ainda que mulheres negras continuam sendo as mais afetadas, recebendo valores significativamente menores quando comparadas a homens não negros.

A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, comentou que é necessário acelerar ações de igualdade. “É preciso que as empresas avancem na construção de planos de ação que promovam a igualdade salarial”, afirmou.

Já a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, ressaltou a necessidade de ampliar políticas de apoio. Segundo ela, “não basta inserir as mulheres no mercado. É preciso corrigir as desigualdades e dividir as responsabilidades no cuidado e no trabalho doméstico”.

O ex-governador João Doria também participou e declarou que “as mulheres são melhores que os homens pela sua capacidade”.

O presidente do LIDE, Paulo Octávio, reforçou que a liderança deve ser vista sem distinção. “Liderança não tem gênero, e sim capacidade”, disse.

O encontro destacou que, apesar dos avanços, a presença das mulheres em cargos de decisão ainda cresce de forma lenta e depende de políticas contínuas de incentivo, formação e igualdade de oportunidades.