Repercussão na imprensa impulsiona CPI do Banco Master e pressiona esclarecimentos sobre BRB
20 novembro 2025 às 13h48

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A criação da CPI do Banco Master ganhou impulso após a ampla repercussão do caso na imprensa, que destacou a liquidação extrajudicial do banco, o afastamento da diretoria do BRB e as investigações da Polícia Federal. O tema também movimentou as redes sociais, onde parlamentares passaram a se posicionar publicamente.
Entre eles, o deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB) publicou um vídeo defendendo a instalação da CPI e pedindo apoio de outros deputados. Ele afirmou:
“Estou solicitando assinaturas para a instalação de uma CPI para investigar as relações do Banco Master com o BRB, as relações do Banco Master com o crime organizado, porque nós só vamos efetivamente combater o crime organizado se nós asfixiarmos financeiramente o crime organizado.”
O parlamentar reforçou a importância da atuação policial:
“O que nós vimos hoje é a importância de ter uma Polícia Federal fortalecida para combater o crime organizado.”
Rollemberg também disse que a investigação deve esclarecer suspeitas de vínculos políticos:
“Essa CPI vai demonstrar os laços políticos que muitas vezes fizeram com que o senhor Daniel Vorcário, tão pouco tempo, chegasse aonde chegou. Não chegou por seus méritos próprios, chegou porque houve conivência do poder público e dos agentes públicos. E nós queremos ir até as últimas consequências.”
Ao final, reforçou o pedido de apoio à proposta:
“Solicito o apoio de todos à instalação dessa CPI. Muito obrigado.”
Na Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputados distritais de oposição protocolaram o pedido de criação da CPI. O requerimento, assinado por Fábio Felix (PSOL) e Chico Vigilante (PT), mira as negociações que previam a compra de 58% do Banco Master, avaliadas em cerca de R$ 2 bilhões.
O avanço das discussões ocorre após a Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal em 18 de novembro, para combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras do Sistema Financeiro Nacional. As investigações começaram em 2024, após solicitação do Ministério Público Federal.
A apuração aponta a possível fabricação de carteiras de crédito sem lastro, que teriam sido vendidas a outro banco e posteriormente substituídas por ativos sem avaliação técnica adequada.
Resultados parciais da operação:
• Prisões: 6 (quatro preventivas e duas temporárias)
• Bloqueio de valores: R$ 12,2 bilhões
• Apreensões: carros de luxo, obras de arte, relógios
• Valores em espécie: cerca de R$ 1,6 milhão
O BRB comunicou ao mercado que o Conselho de Administração se reuniu no dia 18 de novembro para analisar os fatos citados na operação. Como medida, aprovou a contratação de uma auditoria externa especializada.
O banco afirmou que seguirá as normas de transparência da CVM e manterá o mercado informado. O comunicado foi assinado por Cristiane Maria Lima Bukowitz, presidente em exercício, e Iure Cavalcante Oliveira, gerente de Relações com Investidores.
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