As companhias de água e saneamento do Distrito Federal e da região do Entorno reforçam os cuidados para garantirem o abastecimento de água durante o período de estiagem. O tempo seco e a falta de chuva reduzem a quantidade de água nos córregos, rios e reservatórios.

Segundo dados da Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb), no dia 28 de maio, o reservatório do Descoberto encontrava-se com 99,8% de sua capacidade e o Reservatório de Santa Maria com 62%, não havendo risco de desabastecimento para as populações dos municípios da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride).

Luís Antônio Reis: “As medidas adotadas são fundamentais para garantir o fornecimento de água aos 2,8 milhões de usuários”

Garantia de fornecimento

De acordo com o presidente da Caesb, Luís Antônio Reis, foram investidos mais de R$ 1 bilhão em obras de expansão e melhorias dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, bem como em programas de eficiência energética, modernização da infraestrutura, tecnologia da informação e programas empresariais, entre outros. As medidas adotadas são fundamentais para garantir o fornecimento de água aos 2,8 milhões de usuários.

“A área do Entorno não depende exclusivamente de reservatórios da Caesb. A cidade de Águas Lindas, por exemplo, tem um sistema próprio de abastecimento, cuja captação da água é feita a partir de poços tubulares profundos, ou seja, sem interface com Descoberto ou Santa Maria. Já a cidade de Valparaíso recebe água de sistemas exclusivos da Saneago e complemento do Sistema Produtor Corumbá, sendo a água tratada pela Estação de Tratamento de Água Corumbá”, explicou o presidente da Caesb. 

Segundo a titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-GO), Andréa Vulcanis, o órgão destina esforços em diferentes linhas de atuação, para minimizar o risco de desabastecimento em algumas regiões. “O período de estiagem no qual Goiás entrou, enseja atenção de todos. O regime de chuvas dos últimos meses ficou abaixo do que gostaríamos, e a recarga hídrica não aconteceu da forma mais apropriada. O Entorno está inserido nessa realidade. Desse modo, é fundamental que todos nós compreendamos a importância do uso consciente e responsável da água. A Semad está fazendo a sua parte, investindo em tecnologia de monitoramento, no diálogo com usuários de água e em programas de resiliência climática, com o objetivo de mitigar os efeitos que essa nova realidade impõe à população”, explanou Vulcanis.

Andréa Vulcanis: “É fundamental que todos nós compreendamos a importância do uso consciente e responsável da água”

Não há motivo de alarde

Em nota, a Companhia Saneamento de Goiás (Saneago) informa que, apesar dos sistemas de abastecimento de água do Entorno estarem dentro da normalidade e a quantidade de água nos mananciais serem suficientes para manter os sistemas operando em 100% da capacidade de produção, o período de estiagem sempre demanda cautela. “Por isso, é importante que a população continue com o consumo consciente da água. Além disso, todos os trabalhos foram realizados para que o cenário de estabilidade no abastecimento se mantenha também em 2024 – assim como ocorreu em 2023”. A estatal também afirma que “vem investindo em obras e melhorias operacionais, desde os mananciais até os hidrômetros dos clientes”.

Obras da Saneago na adutora que leva água do Lago Corumbá 4 para a ETA em Valparaíso

Atualmente, a Saneago está presente em 223 dos 246 municípios do Estado de Goiás, sendo reconhecida pelo trabalho de combate às perdas de água por meio da contenção de vazamentos, controle de pressão nas redes e combate a ligações clandestinas. “Menos água sendo perdida na distribuição significa mais água na torneira da população e eventuais situações de desabastecimento são temporárias e pontuais para a realização de manutenções nos sistemas”. 

Consumo consciente

O período de estiagem deve se prolongar até outubro. O volume de água dos reservatórios que abastecem os municípios do Entorno está dentro do nível de normalidade para a época, mas a Saneago tem promovido campanhas de conscientização do consumo moderado dos recursos hídricos, para que a população também colabore e evite o desabastecimento.

Algumas ações simples ajudam a economizar e evitar o desperdício, tais como verificar regularmente possíveis vazamentos nas tubulações dos imóveis, que podem ocasionar a perda de dois a sete mil litros de água por dia. Na hora de regar as plantas, troque a mangueira pelo regador. E quando for lavar o quintal, prefira o balde à mangueira. Feche a torneira durante a escovação dos dentes e o chuveiro enquanto se ensaboa e lava os cabelos. Reaproveite a água da máquina para lavar garagem e pisos externos.

Outra dica é manter a caixa d’água bem dimensionada para garantir que, em caso de eventuais interrupções no abastecimento, os imóveis tenham uma reserva adequada e não sejam desabastecidos. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a caixa d’água residencial deve suportar 24 horas de desabastecimento. O consumo médio em um imóvel residencial é de 150 litros de água por dia por pessoa; multiplicando a quantidade de pessoas que residem no imóvel por esse valor, o resultado será o volume ideal, em litros, para a caixa d’água.