Com o tema “Mulher Agro Brasileira: Voz Para o Mundo”, o evento contou com o apoio do Sistema OCB/GO, em parceria com o Sescoop/GO e Sebrae Goiás, para promover o protagonismo feminino no setor.

Entre as participantes, estava Elvira Maciel Palestino, agricultora familiar em Novo Gama e integrante da Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de Novo Gama (Coopgam). Em seu sítio, Elvira planta mandioca e viu no evento uma oportunidade inédita de trocar experiências e aprender sobre temas importantes, como sucessão familiar, sustentabilidade e o papel da mulher no agronegócio.

“Esse congresso em São Paulo foi a primeira experiência do tipo para mim e fiquei surpresa e muito feliz com essa oportunidade. Tivemos palestras incríveis, abordando temas como sucessão familiar – uma questão desafiadora no campo, onde muitas vezes não há quem continue o trabalho iniciado”, compartilhou Elvira. Segundo ela, o evento abordou também a sustentabilidade e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres em um setor historicamente masculino.

Elvira Maciel Palestino: “Antigamente, era ainda mais complicado para as mulheres. O cenário hoje é muito mais positivo”

Segundo Elvira, o cenário para as mulheres na agricultura familiar tem se mostrado muito mais promissor. Ela, que já trabalhou na iniciativa privada, decidiu retornar ao campo, incentivada pelas novas oportunidades que surgiram para as mulheres do setor. “Hoje temos incentivos governamentais, acesso a treinamentos e suporte de organizações como o Senar e o Sebrae, que nos orientam e nos fazem sentir menos sozinhas. Antigamente, era ainda mais complicado para as mulheres, sem o acesso a informações e soluções que temos agora. O cenário hoje é muito mais positivo do que já foi”, enfatizou a agricultora.

Sustentabilidade e políticas públicas

Marcilene Mariano, outra participante do congresso em São Paulo, também é membro da Coopgam e tem sua propriedade rural em Luziânia. Lá, cultiva mandioca e produz doces artesanais. Representante de diversas mulheres do campo, Marcilene destacou o impacto transformador do evento. Ela acredita que as reuniões trouxeram grandes contribuições para a agricultura familiar e fortaleceram o papel feminino no setor agropecuário.

“A experiência no Congresso foi extremamente enriquecedora, com uma ampla variedade de palestras. Tivemos três arenas de transmissão simultâneas, o que permitiu que cada participante escolhesse o conteúdo mais adequado à sua realidade. Foi uma experiência muito proveitosa, pois abordamos temas essenciais relacionados à sustentabilidade, como créditos de carbono”, frisou.

A produtora rural também lembrou a relevância de temas como o cooperativismo. “Participamos de um painel sobre cooperativas que vendem para o mercado internacional. A troca de conhecimentos mostrou que, mesmo para pequenas cooperativas, há potencial para exportar e se estabelecer no mercado global”, disse ela. O evento reuniu mais de 2.600 mulheres do agronegócio, abrangendo desde a agricultura familiar até atividades de médio e grande porte.

Outro ponto de destaque foram as políticas públicas voltadas para mulheres. Segundo ela, o Ministério de Desenvolvimento e Agricultura apresentou planos e programas específicos. “Nos estandes voltados para o crédito, existem diversas linhas de financiamento exclusivas para as mulheres do campo”.

Para Marcilene, o encontro reforçou, sobretudo, o protagonismo feminino no agronegócio. “Hoje, muitas mulheres chefiam famílias e são protagonistas de suas próprias histórias. Esse engajamento fortalece a união e projeta a mulher no cenário nacional e global do agronegócio. Além disso, esse tipo de encontro amplia o entendimento sobre o potencial feminino no setor”, concluiu.

Leia também:

Cooperativas de agricultura familiar trazem desenvolvimento e renda para o Entorno