Logo mais serão divulgados os artistas e expositores do Distrito Federal e Entorno selecionados para participar do Festival de Cultura Popular do Gama. O evento, que acontece de 20 a 23 de junho, e de 27 a 30 de junho, no Espaço Voar, do Gama (DF), é uma oportunidade para que os participantes mostrem seus talentos e produtos, celebrando as manifestações culturais brasileiras, como quadrilhas, bumba-meu-boi, maracatu, forró, teatro de bonecos e capoeira, entre outras.

O Festival integra o projeto Gama Cultural e é realizado pela Cia. Voar, por meio de um Termo de Fomento da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, do Governo do Distrito Federal (GDF). O músico e agente cultural Paulim Diolinda, que idealizou essa iniciativa, afirma que seu objetivo é difundir a cultura popular no DF, a qual já tem, segundo ele, um público bastante cativo. “Essa é uma temática muito importante. Estamos falando de maracatu, de frevo, do autêntico forró, da ciranda, do boi bumbá e da quadrilha junina, que são expressões genuinamente nordestinas e pilares da cultura popular”, descreve Paulim, um pernambucano apaixonado pela cultura brasileira e residente em Brasília desde 1979.

Paulim Diolinda: conexão do Entorno com o DF também se faz presente na cultura (Foto: Divulgação)

Para o agente cultural, a participação de artistas do Entorno é importante para firmar a conexão da região com o Distrito Federal. “Vários representantes da cultura do DF moram no Entorno. Essa região acaba se juntando ao DF em vários contextos e não poderia ser diferente na cultura”, avalia Paulim, acrescentando que o público será contemplado com uma diversidade de expressões culturais no Festival. “A ideia é juntar essa pluralidade, para não deixar que morram essas manifestações, que são fundamentais da nossa cultura popular”, frisa.

Paulim diz que tanto os inscritos quanto a plateia vão poder desfrutar de um encontro bonito e alegre, com muitas comidas típicas e ótimas apresentações. “A ideia é inserir esse festival de forma permanente na agenda cultural do Distrito Federal, contando sempre com o apoio da Secretaria de Cultura do DF, que vem nos apoiando nesses projetos de fundamental importância para a nossa cultura”, pontua.

Pluralidade artística

Marco Rezende considera ser importante a participação de artistas do Entorno (Foto: Divulgação)

Segundo o produtor executivo do Festival, Marco Augusto de Rezende, a variedade de manifestações culturais no evento espelha uma pluralidade característica de Brasília, que recebe moradores de todo o país. “Muitas dessas manifestações o Paulim viveu na sua infância, como o maracatu e caboclo de lança, em Recife (PE). E depois que ele mudou para Brasília, teve a oportunidade de ter contato com as outras formas de cultura popular, assim como todos nós que moramos aqui”, relata.

Em relação a essa variedade de expressões artísticas, Marco considera, nesse sentido, ser importante a participação de artistas do Entorno. “Em Brasília, temos representações da cultura popular de várias regiões”, pontua. “Teremos oito dias de evento. E esperamos apresentar essa diversidade cultural que o Distrito Federal abriga”, finaliza.

Forró, xote e baião

Banda Som de Classe: vários estilos regionais (Foto: Divulgação)

Entre os inscritos para o Festival está a banda brasiliense Som de Classe, nascida em 2015 e formada por educadores, músicos e militantes sociais que se conheceram em um Ato Cultural pela Valorização da Educação Pública. “A expectativa para a seleção da banda é a melhor possível. Estamos confiantes”, afirma um dos integrantes, Jairo Mendonça. O grupo acredita no fortalecimento social a partir, também, da apropriação cultural para além das salas de aula. E leva em sua bagagem muita arte, cultura e brasilidade.

As músicas da banda buscam retratar, em suas letras, a situação da classe trabalhadora, ao mesmo tempo em que resgatam as raízes do regionalismo. “Com uma pegada de forró, xote e baião, a riqueza da música popular brasileira fica muito bem ilustrada por este coletivo”, assegura Jairo.

Samba de coco

Coco de Quebrada: difundindo o samba de coco no centro da cidade e na periferia (Foto: Divulgação)

Outro grupo que fez sua inscrição e espera mostrar seu trabalho no evento é a banda Coco de Quebrada, formada por jovens periféricos que valorizam a música nordestina brasileira. Vindos de regiões administrativas do DF e de municípios do Entorno, eles querem fazer o samba de coco acontecer não só no centro da cidade, mas também “nas quebradas” onde vivem e, assim, ajudar a espalhar a cultura popular.

“Estamos na expectativa grande de brincar o Coco no Festival de Cultura Popular do Gama. Alguns integrantes do grupo são moradores do Gama e Novo Gama. Para nós, é uma honra imensa poder movimentar a cultura na nossa quebrada”, diz Amanda Almeida, que faz parte da banda. “Espero que a gente seja selecionado, para poder ocupar a cidade com uma ‘sambada’ quente. Estamos aguardando esse resultado e temos muita vontade de fazer esse show para a comunidade do Gama e Entorno”, acrescenta. O grupo Coco de Quebrada vai completar sete anos de formação e já se apresentou em outros festivais.

Leia também:

Cidades do Entorno irão receber unidades do CEU da Cultura com recursos do PAC

Recursos da Lei Paulo Gustavo já beneficiam diversos projetos culturais no Entorno